Olhe Direito!

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Uma história brasileira de sucesso

Imaginem os leitores o Brasil de 48 anos atrás quando a Embrapa foi fundada.

Alvaro Mota

Quinta - 13/08/2020 às 09:32



Foto: Divulgação Embrapa meionorte
Embrapa meionorte

Em dezembro de 1972 foi criada a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Daqui a dois anos, quando o Brasil completar 200 anos de independência política, essa estatal vai estar completando um cinquentenário com uma certeza: o trabalho de seu corpo de pesquisadores é responsável hoje por um elevado grau de autonomia do Brasil na produção de alimentos e matérias-primas cultiváveis em nosso campo.

Imaginem os leitores o Brasil de 48 anos atrás quando a Embrapa foi fundada. Tentem olhar para um Brasil que rapidamente estava deixando de ser um país rural, do ponto de vista demográfico. Dezenas de milhões de pessoas passariam a ocupar as cidades e é claro que alimentar mais pessoas era, como ainda hoje é, um desafio de logística a ser vencido todos os dias.

O brasileiro que deixava o campo para morar na cidade parava de produzir seu próprio alimento ou de dispor desse alimento produzido próximo de casa. Cada vez mais ser precisaria de comida e outros insumos derivados da agricultura produzidos em longas distâncias. Para tanto, o Brasil precisava de uma agricultura capaz de produzir muito e de modo eficiente e cada vez mais a menor custo.

Nesse ponto, a criação da Embrapa pareceu aceitar um desafio de fazer o Brasil produzir mais para si e para a exportação. Desde que a empresa foi criada, o país tornou-se uma potência agrícola e pecuária, liderando rankings de produtores e exportadores de proteína animal, grãos, fibras, hortaliças, frutas. É claro que muito disso se fez à custa de impactos ambientais consideráveis, mas novamente a pesquisa agropecuária e florestal veio em nosso socorro para mostrar que se pode avançar na produção e no rendimento do setor primário da economia com mitigação permanente dos impactos sobre a água, solo e ecossistemas.

Há muitas pesquisas em curso e estudos já aplicáveis desenvolvidos pela Embrapa que indicam para uma agricultura altamente tecnificada, de precisão e ainda assim capaz de não somente reduzir impactos ambientais como concorrer para se ampliar a preservação do meio ambiente ou mesmo a recuperação de áreas degradadas pela própria atividade agropecuária em tempos pretéritos de desconhecimento acerca da importância de ações conservacionistas – hoje fundamentais, sobretudo para aqueles que produzem com foco nos mercados externos.

Nesse sentido, louvar a Embrapa é muito mais que discorrer sobre uma bem-sucedida ação do estado brasileiro ao longo de quase cinco décadas. É o reconhecimento da importância do trabalho de milhares de pesquisadores espalhados pelas mais diversas unidades dessa empresa em todo o Brasil. É ainda uma lembrança que devemos ter sobre a importância de defender a Embrapa de medidas que possam desfavorecer sua ação essencial para manter o Brasil na liderança internacional no setor agropecuário, seja através de grandes, médios ou pequenos empreendimentos deste setor fundamental de nossa economia.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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