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Nada será como antes


Coronavirus

Coronavirus Foto: @Reuters

A pandemia de covid-19 é uma realidade que se impõe e nós de modo avassalador, ditando regras sanitárias, escancarando os problemas sociais, determinando o uso da tecnologia da informação como um suporte ainda mais essencial em nossas vidas. O vírus que pode chegar ao final de março ceifando 300 mil vidas de brasileiros é ainda uma incógnita, como incerta é a vitória sobre ele. Há a possibilidade de que permaneça entre nós como uma doença permanente, carecendo de recorrente imunização. O mundo agora se divide entre antes e depois do vírus.

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Lições da pandemia

Não há certezas sobre as ações do vírus, mas temos que olhar o mundo numa perspectiva de pós-pandemia. Sob o aspecto científico, pode ser que avancemos em estudos sobre a origem de doenças emergentes, ao mesmo tempo em que se produzam protocolos para evitar ou ao menos mitigar a devastadora ação de patologias surgidas a partir de vírus desconhecidos. O equilíbrio ambiental e climático, sobre o qual muitos duvidam ou fazem pouco, precisa, mais do que nunca, entrar na pauta do dia e se transformar em uma ação planetária capaz de evitar a dizimação da espécie humana.

Não é exagero admitir os riscos embutidos para nossa existência na cada vez mais rotineira destruição de ambientes naturais. Nem precisamos olhar para todo o Planeta para nos darmos conta desse risco. Basta que olhemos em volta de nós, perto de onde vivemos, percebendo o aumento de pragas urbanas, o aumento dos alagamentos em chuvas nas nossas cidades, em mais focos de mosquitos. Tudo resultado do desequilíbrio que nós provocamos.

Neste cenário, não é apenas papel de cientistas alertar para os perigos a que estamos sujeitos quando temos mais coisas artificiais e menos natureza. É certamente uma obrigação e mesmo um direito nosso estar atentos às transformações que podem ser danosas à nossa saúde pessoal e coletiva. Assim, não se trata de uma agenda local se plantar árvores ou se conservar as margens de rios e as nascentes. É um ato protetivo global. Segue aquela a lógica sugerida pelo escritor russo Leon Tolstói: “Se queres ser universal, canta sua aldeia”. Se queremos ajudar o mundo, melhor que comecemos em casa, em nosso derredor, na cidade que vivemos, garantindo que a natureza seja o menos predada possível.

Estamos em um mundo que se transformou, não para melhor, ainda. Nada será como antes e por isso precisamos entender o que pode ser melhorado agora e no futuro em relação ao passado. Muito pode ser feito, mudando, adequado, suprimido, aperfeiçoado. O que não podemos mais é ignorar as lições que os problemas relacionados à covid-19 nos fizeram aprender. As lições precisam ser postas em prática. Talvez com isso nossas chances como espécie no Planeta sejam maiores.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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