Olhe Direito!

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Cristo, o Natal e lição de humildade

Em Mateus, José expressaria o desejo de secretamente anular seu casamento com Maria, fazendo-a assim para não desonra-la.

Alvaro Mota

Quinta - 22/12/2022 às 19:17



Foto: Biblioteca de imagens do Canva Natal
Natal

O nascimento de Cristo é relato na Bíblia é narrado nos Evangelhos de Lucas e Mateus – em textos complementares e não excludentes. Além do enunciado de que Maria gerou em seu ventre um filho de Deus, concebido por obra do Espírito Santo, há nos dois textos pelo menos três informações sobre as quais ou não prestamos atenção ou demos menor relevância.

Em Mateus, José expressaria o desejo de secretamente anular seu casamento com Maria, fazendo-a assim para não desonra-la. Mas desiste de tal proceder quando um anjo de Deus a ele se apresenta dizendo que sua esposa traz no ventre fruto gerado pelo Espírito Santo, a quem se daria o nome de Emanuel, cujo significado é Deus convosco.

Há nesta narrativa uma lição do respeito à mulher, porque José, mesmo não sabendo da origem do filho que Maria trazia em seu ventre, prefere não expô-la à desonra. Trata-se de uma lição milenar até hoje não aprendida por muitos que, na contramão da nobreza de José, tratam a mulher como ser de somenos importância.

No texto de Lucas, a narrativa menciona o nascimento em si, trazendo à luz duas informações: a de que o Cristo nasce em condições de muita carência, sendo enrolado em pano (seriam andrajos?), posto numa manjedoura porque seu pai e mãe são obrigado por uma decisão burocrática do governador da Síria a alistarem-se em censo populacional não onde moravam, em Nazaré, na Galileia, mas em Belém, na Judeia, dada a origem do pai de Cristo ser naquela região.

José, o carpinteiro, era bem mais que isso, pois pertencia, segundo narra Lucas, à Casa de Davi, logo por hereditariedade, em sua condição humana, o Cristo tinha ascendência com um dos mais importantes monarcas de Israel, Davi, pai de Salomão.

O Cristo que vem ao mundo como o Filho de Deus, concebido pelo Espírito Santo, em sua humanidade liga-se à casa real de Israel, portanto à nobreza política, mas nasce em meio à pobreza, sendo reverenciado pelos Reis Magos, também citados nos dois Evangelhos já mencionados – o que indica para nós a ideia realmente instigante de que o Natal deve nos valer para refletir, se não sobre o amor desinteressado – uma dádiva cristã – ao menos deve nos levar a considerar que o Cristo, descendente de um rei, chegou ao mundo ensinando a fundamental prática da humildade.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Doutorando em Direito pela PUC-SP. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses. Presidente do CESA-PI.

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Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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