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A árvore e as árvores da cidade


Caneleiro

Caneleiro Foto: Divulgação

Teresina tem uma árvore-símbolo, o caneleiro, conforme decreto municipal de 1993, quando era prefeito o professor Wall Ferraz. Essa é uma informação que se perde no tempo, mas que deveria despertar em nós uma boa curiosidade. Em mim despertou porque nesta semana celebrou-se a semana da árvore. Além disso, sendo Teresina a cidade verde, apelido dado pelo poeta maranhense Coelho Neto, é bom ir atrás de informações.

Vai-se na internet, uma rede que pode nos dar conhecimento e não aborrecimento como ocorre mais frequentemente, e se descobre que o caneleiro tem por nome científico “Cenostigma macrophyllum Tul”, definido ainda como um vegetal angiosperma pertencente à ordem fabales, da família leguminosae, de ocorrência natural em algumas áreas de floresta e cerrado do Brasil, endêmica no Piauí, ou seja, a árvore é mais frequente em nosso estado que no restante do país.

Então, parece bom que a gente preste atenção na árvore-símbolo de Teresina, mas frequente no Piauí, na parte do estado com o bioma cerrado. E vai valer a pena olhar, porque a florada do caneleiro, que acontece justamente nos quatro meses finais do ano. Onde há muito caneleiro florido tem abelha e outros insetos, tem muitos pássaros, tem vida.

Porém, se tem a cidade de Teresina uma árvore-símbolo, centenas delas plantadas pela Prefeitura em ruas e avenidas, a gente também precisa compreender que há outras plantas para sombra e para frutificação que se espalham por nossos espaços púbicos e quintais, tema este de um texto que recentemente publiquei e no qual mencionei que muito do verde da cidade está nesses espaços. Devemos, portanto, cuidar dessas árvores, que fazem parte de um acervo gigantesco de plantas que nos dão o verde, a sombra, a fruta, beleza e o perfume das flores

Há certamente alguns milhões de árvores na cidade. Tem de tudo, desde o caneleiro até o neem, a árvore indiana que virou uma febre – no sentido de que se espalha muito e no sentido de que pode ser um sintoma ruim de má arborização pelo uso do que botânicos e paisagistas chamam de espécie exótica, ou seja, que veio de fora.

Arborizar, em uma melhor acepção do termo, seria ter diversidade de espécies, como numa floresta. Se as pessoas plantam somente uma espécie de planta, de onde virá uma composição de cores e formas para dar mais vida e beleza ao conjunto das árvores. Então, árvores da cidade precisam ser diversificadas, dando sombra, flores, frutos, beleza e abrigo para animais, principalmente os pássaros, insetos, pequenos mamíferos que hoje convivem com a gente no meio do espaço urbano.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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