Em Teresina, em pouco menos de 5 anos, a pichação e outras expressões da arte urbana tomaram de conta de seu corpo cotidiano, de suas ruas, muros e pontes, reflexo de uma cidade que se desenvolve em meio a carros modernos e fortalezas elétricas, ao mercado de trabalho e poesia de suas tardes, à mentalidade provinciana e modismos juvenis, dores, amores, sol e encontro dos rios.
Parte de sua juventude, rebeldes com milhares de causas, subvertem a ordem do conforto, do conservadorismo, da apatia da massificação e do ciframento das relações humanas. Buscam autenticidade, reconhecimento, criatividade, canalisam seus vulcões e tempestades psíquicas em expressões de linguagens próprias e significações ocultas nas plataformas espacias de toda a cidade.
Em meio à todas essas expressões de linguagem da pichação, uma vertente se ramifica e frutiflora no cotidiano da cidade, o "Vandalirismo", movimento que age deliberadamente subversivo, fazendo da poesia e da linguagem a força motriz de resignificação do ser humano no palco da cidade, na vida.
Veja alguns das poesias encravadas nos muros de Teresina:
"Paredes tem olhos
e ouvidos
boca também
O Pixo Grita!"
"Dinheiro é um papel pintado"
"Longe é aqui"
" O que pra lagarta é o fim pra borboleta é só o começo"