Antes da ascenção do graffiti e da arte urbana, Teresina contava com um acervo diverso de grandes murais e painéis, devido ás mudanças proporcionadas pela crescente urbanização e pela ação do tempo, muitos deles foram descaracterizados ou mesmo destruídos, tanto pela ação ou descaso do poder público quanto privado, deixando uma lacuna paisagística na memória dos citadinos, resta saber se foram tomados os devidos cuidados, se houve apreciação por parte de algum orgão responsável à época e se existe um estudo de impacto, por se tratar de um bem público. Mas como a cidade se dinamiza, outros novos surgiram e inclusive, o graffiti conseguiu em pouco tempo uma grande expressividade.
Mas como se dá o processo de proteção e manutenção dessas obras de arte? Existem politicas publicas voltadas para isso? Existe uma ênfase na visibilidade para que tais obras possam dialogar com os transeuntes ou mesmo se tornarem pontos de visitação turística? Existe algum meio educativo ou informativo que faça uma analise da ideia proposta pela obra de arte? Uma obra em local público, pertencendo à iniciativa privada deve estar suscetível à deliberação dos proprietários? Essas são algumas das indagações que permeiam esse caso, nem tão urgente.
Muitas dessas obras revelam a história da nossa cidade, exemplo disso é o conjunto escultórico presente no balão da avenida Raul Lopes com Petrônio Portela, próximo à Universidade Federal do Piauí. O conjunto faz menção à história da formação do povo do estado do Piauí e da capital Teresina, possuía em seu repertório “o memorial dos negros”, “o memorial dos índios” e uma escultura em metal que mostra o branco bandeirante e colonizador, Domingos Jorge Velho, exterminando as nações indígenas que aqui viviam, dessas três esculturas, somente a última ainda existe. Outros que merecem destaque são os murais de Nonato Oliveira que fazem uma amálgama da cultura teresinense, piauiense e nordestina e que vem se descaracterizando, esmaecendo nas tardes da cidade.