
Nesta quinta-feira (11) completam 24 anos do primeiro transplante de coração realizado no Piauí. A equipe médica foi composta pelos cirurgiões Antonio Dib Tajra, Raimundo Barros Júnior, Cláudio Mendes e Eucário Monteiro. Na época, os profissionais participaram de um treinamento em Fortaleza (CE) para instaurar o projeto de transplantes no Estado.
Equipe médica realizando a cirurgia | Foto: Arquivo Pessoal
O receptor do coração foi o paciente José Francisco, de aproximadamente 50 anos, diagnosticado com miocardiopatia, a cirurgia começou à meia-noite e finalizou às 5h da manhã do dia 11 de setembro de 2001 no Hospital Santa Maria, em Teresina.
O médico cardiologista Eucário Monteiro relembrou que na época, o transplante só virou notícia alguns dias depois da cirurgia. “Era dedicação total ao projeto e um trabalho de equipe. Na época, ninguém soube do transplante, porque teve o ataque terrorista às Torres Gêmeas nos EUA, só dois dias depois que foi virar notícia”, contou dr. Eucário.
Segundo o cardiologista, o paciente José Francisco, natural do Maranhão, viveu 13 anos após a cirurgia e faleceu em 2014. O programa de transplantes liderado pelos quatro cirurgiões se estendeu até 2008 e contabilizou 17 procedimentos realizados com sucesso, todos na rede privada. Hoje, a rede pública de saúde do Piauí realiza apenas transplante de rim e córnea.
O projeto era muito caro, por isso não foi para frente. Mas fez muito sucesso, foi considerado um dos 20 fatos mais importantes do século no Piauí. São esses movimentos pequenos, que abriram portas para o estado. E foi muito emocionante dar a vida de volta a uma pessoa, relata Eucário.
Segundo o cardiologista, a equipe responsável pela cirurgia foi liderada pelo Dr. Antonio Dib Tajra e contou com a participação dos médicos José Aragão Pimentel Filho, Cláudio Mendes, Fernando, Raimundo Barros e do próprio Eucário. Também fizeram parte as enfermeiras Edna Bezerra e Francisca Soléria, a Dra. Luam Vieira, o Dr. Antônio Vieira e a instrumentadora Elisa.
Outros profissionais tiveram papel importante no projeto, como as instrumentadoras Deusa, Regina e Glaucileide, além de Cristina, responsável pelo setor de órteses e próteses.
Equipe médica após um ano do transplante de coração | Foto: arquivo pessoal
A equipe médica recebeu importantes reconhecimentos por suas conquistas. Entre as honrarias, destacam-se a Medalha Ordem do Mérito Renascença, concedida pelo Governo do Estado do Piauí, e uma sessão solene na Assembleia Legislativa. Além disso, o trabalho da equipe foi reconhecido como um dos 20 maiores feitos do século no Piauí.
A cirurgia marcou a história da medicina piauiense, colocando o Estado no mapa dos avanços em cirurgias cardíacas de alta complexidade. Embora o programa tenha sido descontinuado, o legado permanece como referência de inovação e dedicação de profissionais que transformaram um momento de ineditismo em esperança de vida para dezenas de pacientes.
Médicos receberam a medalha "Ordem do Mérito Renascença", concedida pelo Governo do Estado do Piauí | Foto: arquivo pessoal