Mais Médicos melhora índices de atenção básica à saúde no Piauí

Esses números atestam para 1.846.433 piauienses beneficiados com o programa, o que representa 57,8% de toda a população do estado


Governador do Piauí, Wellington Dias

Governador do Piauí, Wellington Dias Foto: PT

Criado no ano de 2013, ainda no governo da presidente Dilma Rousseaff, com o objetivo de promover a melhoria e expansão dos serviços oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), levando mais profissionais da área para regiões onde há escassez ou ausência de serviços essenciais, o programa Mais Médicos encerra o seu primeiro ciclo.

Durante os três anos de atuação no Piauí, o Mais Médicos contou com o trabalho de 349 médicos, distribuídos em 141 municípios. Esses números atestam para 1.846.433 piauienses beneficiados com o programa, o que representa 57,8% de toda a população do estado.

Dos 349 profissionais atuantes, 256 são de origem cubana, com 93 médicos brasileiros. Profissionais como o médico Eliexer Ramon Clemente Silva, de 44 anos – 20 destes dedicados à profissão. No Piauí desde 2013, Eliexer atuou, durante todo esse período, na zona rural do município de Miguel Alves. Após três anos de estadia no Brasil, o médico, que agora refaz as malas de volta para casa, diz levar na bagagem muito mais do que roupas ou objetos pessoais, mas uma experiência humana e profissional extraordinária. “Cheguei em outubro de 2013 e a experiência tem sido maravilhosa. Em Cuba, nós conhecemos o Brasil das lindas novelas, terra do futebol e do samba, mas aqui nós podemos conhecer uma outra realidade do país, em especial nas comunidades mais pobres”, explica o médico.

Ao aportarem no Brasil, os médicos cubanos, que vieram ao país para trabalhar no programa, foram hospedados em um centro de ensino, no estado do Espírito Santo, para passarem por um processo de aclimatação e por cursos de preparação. De lá, Eliexer foi destinado para Miguel Alves, onde a chegada dos profissionais foi comemorada. “Quando cheguei na cidade o acolhimento foi muito bom. Éramos dois médicos e fomos recebidos com uma festa. Aqui encontramos um povo muito solidário e hospitaleiro”, explica o cubano.

O impacto do trabalho desenvolvido na comunidade, por meio do programa, é sintomático. Aos poucos, com o apoio de toda a equipe hospitalar da Unidade Básica de Saúde, foram realizados os levantamentos das necessidades em uma área de 4 mil habitantes.

“Quando cheguei, as consultas eram 90% apenas de demandas espontâneas. Filas enormes de pacientes, com gente que chegava ao consultório de madrugada para poder conseguir um atendimento. Pouco a pouco, com o acompanhamento que fomos fazendo e todas as atividades que fomos desenvolvendo, conseguimos que aquela demanda fosse diminuindo a tal ponto que, hoje em dia, as consultas são quase todas agendadas. Se torna mais fácil atender 24 pacientes diariamente, quando no início eram cerca de 60 pessoas todos os dias”, comemora Eliexer.

Avanços

A importância do Mais Médicos para o Piauí é comprovada pelos dados da saúde estadual. “A presença de profissionais do programa Mais Médicos em nosso estado é de fundamental importância para nossos serviços de saúde pública. Saímos de um índice de 0,8 consultas básicas por habitante para a marca de 1,2 consultas. Um avanço bastante significativo, muito embora o recomendado pelo Ministério da Saúde seja de 1,5. Isso não seria possível sem um programa como esse que democratiza o acesso aos serviços básicos de saúde”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa.

“Eu me recordo das dificuldades enfrentadas em vários lugares pela ausência de médicos para atender a demanda da população. A iniciativa da presidente Dilma Rousseff, que não foi de fácil aprovação no Congresso Nacional, veio para transformar realidades de pessoas que necessitavam de assistência à saúde. Portanto, sabemos do importante trabalho realizado pelo Mais Médicos no Piauí e, assim, quero agradecer e também pedir perdão para esses profissionais em nome do povo do meu estado e do povo brasileiro pelos transtornos que eles sofreram em virtudes de adversidades. Essa experiência entre brasileiros e estrangeiros nos ajuda a amadurecer muito”, disse o governador Wellington Dias.

A implantação do programa trouxe consigo o avanço de outros serviços de atenção básica. Por meio da iniciativa, o estado registrou um crescimento de 15% no número de equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), que passou de 1.109 em 2012, para 1.280 equipes.

A colaboração do programa vai além do atendimento emergencial e do atendimento básico à população. Isso porque, dentro da proposta do Programa de Melhorias da Atenção Primária está o Requalifica UBS, que tem como objetivo criar incentivo financeiro para a reforma, ampliação e construção de Unidades Básicas de Saúde, provendo condições adequadas para o trabalho em saúde, promovendo melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica.

Além disso, o programa possibilitou a implantação de mais dois cursos de medicina no estado, nas cidades de Parnaíba e Picos, e a queda na proporção de internações por condições sensíveis na atenção básica em crianças menores de 5 anos, que saiu de 53,7% para 44,8%, em 2015.

Mais Unidades Básicas de Saúde

De 2013 a 2016, o Piauí conseguiu aprovação para construção de mais 458 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Dessas, 241 já foram concluídas e 217 estão em fase de construção. No que se refere a unidades a serem ampliadas, o Piauí tinha como meta ampliar 589 UBS em três anos, onde 71% já foram concluídas e 29% estão em fase final. Das 177 unidades em reforma, 174 já foram reformadas e três aguardam conclusão.

Fonte: CCOM

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