
Em meio às festas juninas e ao período de férias escolares, o alerta dos hemocentros se volta para os baixos estoques de sangue, e a necessidade de transfusões. Para enfrentar o desafio, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) reforça neste mês a campanha Junho Vermelho, com mobilizações diárias e ações de conscientização em todo o estado.
A mobilização acontece justamente no mês em que é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, em 14 de junho, data lembrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um momento-chave para reforçar a importância da doação. “A generosidade dos doadores salva-vidas, fortalece comunidades e personifica o espírito de solidariedade”, destacou a OMS.
Quem pode doar sangue?
Antes de estender o braço, é importante saber que a doação de sangue é um ato solidário, mas que envolve critérios técnicos. Para ser doador, é necessário:
- Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade só com autorização formal e documento do responsável);
- Pesar mais de 50 quilos;
- Estar em boas condições de saúde;
- Apresentar documento oficial com foto;
- Estar alimentado (evitando alimentos gordurosos nas quatro horas anteriores);
- Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
Além disso, quem estiver com sintomas gripais, infecções ou tiver tomado vacina contra a gripe nos últimos dois dias deve aguardar. Já pessoas com doenças como hepatites B e C, HIV/Aids e doenças autoimunes que afetam múltiplos órgãos não estão aptas a doar, de forma definitiva.
Outro dado relevante: desde 2020, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), homens homossexuais, bem como mulheres e homens trans, podem doar sangue no Brasil, desde que cumpram os mesmos critérios exigidos de qualquer cidadão. A medida corrigiu uma histórica restrição baseada em orientação sexual.
Diferenças entre homens e mulheres
Uma das curiosidades pouco divulgadas sobre o processo é a diferença no intervalo entre doações para homens e mulheres. Homens podem doar sangue a cada dois meses, com até quatro doações por ano. Já as mulheres devem respeitar um intervalo de três meses entre as doações, podendo doar até três vezes ao ano. A diferença se deve a fatores fisiológicos, como o ciclo menstrual e a maior propensão à anemia.
Além disso, todo o processo é acompanhado por uma equipe capacitada, garantindo segurança e conforto ao doador. O procedimento dura cerca de 40 minutos, desde a triagem até a coleta, e pode se transformar em um hábito com grande impacto social.
Onde doar no Piauí
O Hemopi de Teresina funciona de segunda a sexta-feira, das 7h15 às 18h, e aos sábados e feriados até 17h. A sede está localizada na Rua 1º de Maio, nº 235, no Centro/Sul da capital. No interior do estado, os hemocentros regionais de Picos, Parnaíba e Floriano recebem doações entre 7h30 e 18h, também nos dias úteis.
Com campanhas educativas e mutirões em parceria com o Instituto Federal do Piauí (IFPI), Assembleia Legislativa, universidades, igrejas e empresas privadas, o Hemopi pretende elevar os estoques, que estão de 30% a 40% abaixo do ideal. A expectativa é manter ações contínuas até o dia 28 de junho, garantindo o atendimento a pacientes com câncer, doenças hematológicas, vítimas de acidentes e cirurgias de urgência.
Para os profissionais do Hemopi, cada doação conta. E cada gota pode significar uma nova chance para quem espera por transfusões. Mais do que um gesto simbólico, doar sangue é uma atitude concreta de cidadania.