![José Dyonizio Aquino de Araújo: morte súbita](https://piauihoje.com/uploads/imagens/img-20250213-150924-1739470603.jpg)
Tem sido cada vez mais frequente a morte de jovens por mal súbito, principalmente infarto do miocárdio. É o caso do estudante José Dyonizio Aquino de Araújo, de 18 anos, que morreu na manhã desta quinta-feira (13), vítima de um infarto. O jovem passou mal na Escola Santo Afonso Rodriguez, onde estudava, localizada no bairro Socopo, na zona Leste de Teresina.
O estudante era filho de Francisca de Aquino e José Domingos de Araújo e morava em um assentamento da reforma agrária, na região do Povoado Tapuia, na zona rural leste da capital. Parentes e amigos contam que Dionísio era um rapaz saudável e sem problemas de saúde. Era introvertido, não gostava de sair de casa e nem de conversar.
De acordo com informações obtidas pelo portal Piauí Hoje.Com José Dyonizio foi para a escola se sentindo bem e sentiu uma forte dor no peito por volta das 7h15 da manhã, enquanto esperava o professor chegar. Os colegas teriam levado ele para a enfermaria da escola, mas ele desmaiou no caminho.
A escola também teria providenciado o transporte do rapaz para o hospital, por causa da demora da ambulância, mas ele já chegou no local sem vida.
A morte de José Dyonizio comoveu os vizinhos e familiares. A escola onde ele estudava também publicou uma nota de pesar lamentando a partida repentina do rapaz. Além disso, suspendeu as aulas desta quinta e sexta-feira.
"É com profundo pesar que recebemos a triste notícia do falecimento de José Dyonizio Aquino de Araújo, aluno de nossa escola. Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares, amigos e toda a comunidade escolar. Que Deus conforte o coração de todos. Dyonizio será sempre lembrado com carinho por sua alegria e presença entre nós. A ESAR está de luto", diz a nota.
Causas das mortes súbitas
A morte súbita de jovens, como no caso de José Dyonizio Aquino de Araújo, é um fenômeno preocupante e cada vez mais frequente. Embora historicamente associado a pessoas mais velhas, o infarto do miocárdio e outras condições cardiovasculares têm atingido indivíduos mais jovens, muitas vezes sem histórico de problemas de saúde aparentes. Abaixo, exploro algumas das possíveis causas e fatores de risco associados a esses casos:
1. Fatores de risco cardiovasculares tradicionais
Sedentarismo: A falta de atividade física regular pode levar ao acúmulo de gordura nas artérias, aumento do colesterol e pressão arterial elevada, fatores que contribuem para o infarto.
- Alimentação inadequada: Dietas ricas em gorduras saturadas, açúcares e sódio podem aumentar o risco de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
- Colesterol alto: O acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose) pode obstruir o fluxo sanguíneo, levando a um infarto.
- Hipertensão arterial: A pressão alta pode sobrecarregar o coração e danificar as artérias, aumentando o risco de eventos cardíacos.
2. Anomalias cardíacas congênitas
- Alguns jovens podem ter anomalias estruturais no coração ou nas artérias coronárias que passam despercebidas até que ocorra um evento grave, como um infarto. Essas condições podem incluir
- Miocardiopatia hipertrófica: Espessamento anormal do músculo cardíaco.
- Anomalias nas artérias coronárias: Malformações que afetam o suprimento de sangue para o coração.
3. Uso de substâncias
- Drogas sintéticas ou semissintéticas: O uso de substâncias como cocaína, ecstasy e anfetaminas pode causar espasmos nas artérias coronárias, levando a um infarto.
- Tabagismo e álcool: O consumo excessivo de cigarro e álcool também está associado ao aumento do risco cardiovascular.
4. Estresse e fatores psicológicos
- O estresse crônico pode levar ao aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de desencadear processos inflamatórios que prejudicam o sistema cardiovascular.
- Jovens que enfrentam pressões acadêmicas, sociais ou familiares podem estar mais suscetíveis a esses efeitos.
5. Doenças subjacentes não diagnosticadas
- Condições como diabetes, distúrbios da tireoide ou doenças autoimunes podem aumentar o risco de problemas cardíacos, mesmo em jovens aparentemente saudáveis.
6. Fatores genéticos
- Histórico familiar de doenças cardíacas ou morte súbita pode indicar uma predisposição genética para problemas cardiovasculares.
7. Mudanças no estilo de vida moderno
- A vida moderna, com sua alta carga de estresse, alimentação inadequada e falta de exercícios, tem contribuído para o aumento de casos de infarto em jovens.
Prevenção e conscientização
Para reduzir o risco de mortes súbitas em jovens, é essencial:
- Promover a conscientização sobre a importância de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e exercícios físicos regulares.
- Realizar check-ups médicos periódicos, especialmente se houver histórico familiar de doenças cardíacas.
- Evitar o uso de drogas e substâncias que possam prejudicar o sistema cardiovascular.
- Investir em campanhas de educação sobre os sinais de alerta de problemas cardíacos, como dor no peito, falta de ar e tonturas.
A morte de José Dyonizio é um triste lembrete da importância de cuidar da saúde cardiovascular desde cedo. A comunidade médica e a sociedade como um todo precisam trabalhar juntas para prevenir essas tragédias e garantir que jovens tenham acesso a informações e cuidados adequados.