Política

INVESTIGAÇÃO

Senador sugeriu que Exército confiscasse urna eletrônica sem aval do TSE

Em delação, Mauro Cida afirmou que Luiz Carlos Heinze apresentou a ideia ao ex-presidente

Da Redação com informações do Brasil 247

Quinta - 20/02/2025 às 09:08



Foto: Reprodução/Agência Senado Mauro Cid (à esq.) e Luis Carlos Heinze
Mauro Cid (à esq.) e Luis Carlos Heinze

Em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) sugeriu que o Exército obtivesse uma urna eletrônica sem a autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A intenção seria realizar testes de integridade no equipamento.

Cid relatou que Heinze baseou sua sugestão em um documento do Ministério Público Militar, que interpretava que, durante uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para assegurar as eleições, as Forças Armadas teriam a prerrogativa de apreender uma urna sem necessidade de autorização judicial. Essa proposta teria sido apresentada a Bolsonaro, que, segundo Cid, não deu prosseguimento à ideia.

O senador Heinze, que ganhou destaque como defensor do governo bolsonaro durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, negou veementemente as acusações. Em nota oficial publicada em seu perfil do instagram, declarou: "Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação." Heinze afirmou que, após as eleições de 2022, buscou esclarecimentos por meio dos mecanismos legais disponíveis, visando uma investigação imparcial, em resposta às dúvidas manifestadas por seus eleitores.

Além disso, Cid mencionou que Heinze solicitou que a sugestão fosse encaminhada ao então ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Contudo, não há informações adicionais sobre o posicionamento de Braga Netto em relação a essa proposta.

A delação de Mauro Cid ocorre em meio a investigações sobre possíveis tentativas de interferência no processo eleitoral brasileiro e alegações de fraude nas eleições de 2022. As autoridades continuam apurando os fatos para determinar eventuais responsabilidades.

Leia a nota completa do senador:

"Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação. As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações. Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial. Essa atitude está alinhada às responsabilidades inerentes à minha função pública e constitui um exercício legítimo do meu dever de fiscalização."

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