As investigações da Polícia Federal sobre o plano para um golpe de estado podem resultar na extinção do Partido Liberal, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros investigados. Isso porque o senador Humberto Costa (PT-PE) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a legenda seja investigada e seu registro seja cassado por envolvimento com atividade criminosa.
O pedido do parlamentar teve como base o despacjo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação da PF, destacando trechos da investigação que indicam o uso de estruturas e recursos financeiros do PL para a discussão do plano golpista.
"É preocupante, inconstitucional, ilegal e criminoso que a referida agremiação política tenha se utilizado, em tese, de recursos do fundo partidário para fins de financiamento de atividades delituosas, passando ao largo de toda a legislação nacional eleitoral, com evidente ataque à nossa democracia e promovendo o financiamento de atos que buscavam a abolição violenta do Estado Democrático de Direito", disse o senador no documento.
Segundo a PF, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preso durante busca e apreensão por porte ilegal de arma de foto, foi o "principal fiador" dos questionamentos que sua sigla fez com relação à lisura do processo eleitoral de 2022 e, consequentemente, das articulações golpistas.
Além disso, os investigadores apontam que a estrutura do PL foi utilizada para reuniões entre Bolsonaro, militares e assessores para discutir a dinâmica do golpe, que tinha como objetivo manter o ex-presidente no poder em detrimento da vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022.
Nas palavras do ministro Alexandre de Moraes, o PL foi utilizado no financiamento de uma "estrutura de apoio as narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares".
O magistrado destaca, ainda, que a PF conseguiu estabelecer, nas investigações, "intrínseca relação entre núcleo jurídico da organização criminosa responsável pelas minutas golpistas e o Partido Liberal, na pessoa de seu dirigente máximo, VALDEMAR COSTA NETO”.
Fonte: Revista Fórum