Política

APREENSÃO

PF apreende 70 armas e R$ 800 mil na mansão de empresário golpista em Palmas

As apreensões foram feitas na casa do empresário Frederico Moraes de Barros Carvalho, em Palmas, durante a Operação Lesa Pátria

Da Redação

Sexta - 01/03/2024 às 09:04



Foto: Reprodução Armas de alto calibre apreendidas pela PF, em Palmas
Armas de alto calibre apreendidas pela PF, em Palmas

Polícia Federal apreendeu 70 armas de fogo e R$ 800 mil em dinheiro vivo na casa de um dos alvos 25ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nessa quinta-feira (29). A nova etapa das investigações busca identificar os patrocinadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiram as sedes dos três poderes, em Brasília. 

As armas e o dinheiro estavam na casa do empresário Frederico Moraes de Barros Carvalho, localizada em um bairro nobre de Palmas, no Tocantins. Entre as apreensões da PF, estavam armas de alto calibre, como fuzis e espingardas e cerca de 100 maços de dinheiro, entre eles, maços de moeda estrangeira como dólares e euros. Ao todo, foram recolhidos cerca de 20 mil euros e 126 mil dólares 

Foto: Divulgação / PF

O empresário, atua no ramo imobiliário, não foi preso, mas está na mira da PF por ter suspeita de ter financiado o bloqueio de uma rodovia em Palmas após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Na ocasião, a caminhonete de Carvalho foi um dos veículos flagrados na rodovia durante o fechamento da rodovia. Segundo a jornalista, Sônia Miranda, o Frederico Carvalho é dono do Clube de Tiros de Palmas.

Empresário tocantinense Frederico Moraes de Barros Carvalho / Foto: Reprodução / X

Em nota, a defesa do empresário justificou o arsenal encontrado pela PF como sendo uma coleção pessoal de Carvalho importada legalmente dos Estados Unidos. A defesa também alega que o dinheiro teria sido declarado aos órgãos brasileiros da forma devida.  

Casa de luxo do empresário, onde foram feitas as apreensões Foto: Divulgação / PF
A equipe jurídica de Carvalho ainda nega sua participação nos atos de 8 de janeiro, e afirma que o empresário não esteve em Brasília durante os acontecimentos. Entretanto, a defesa admite que ele ajudou a transportar manifestantes conhecidos para o protesto após a vitória de Lula, sob a justificativa de ‘organizar o trânsito’ e ‘evitar acidentes’. 

 

Confira a nota divulgada pela defesa do empresário:

O senhor Frederico Moraes de Barros Carvalho Possui dupla cidadania, a brasileira e americana, tendo morado na América por mais de 30 anos, retornando ao Brasil em 2021. Em sua mudança trouxe como bens de família, dentre eles uma coleção bélica legalmente adquiridas nos Estados Unidos. Após os trâmites legais, embarcados para o Brasil com a toda documentação, tendo sido vistoriadas pela Receita Federal pelo Exército Brasileiro e pela própria Polícia Federal no Porto seco de Anápolis/GO para o desembaraço. Após a chegada da mudança em Palmas/TO, a Polícia Federal e o exército fizeram outra inspeção em loco aferindo e conferindo as informações do desembaraço em Anápolis/Goiás. Sendo assim, as armas foram legalmente nacionalizadas como bens de família, e por isso, isenta de tributação. No mesmo sentido, o dinheiro apreendido na operação da Polícia Federal denominada de lesa Pátria, deu entrada no Brasil por meio de declaração a Receita Federal, sendo inequívoca a origem e procedência do recurso. No mesmo sentido veio para o Brasil o veículo Hummer na condição de veículo de colecionador, também legalmente nacionalizado. O senhor Frederico Moraes de Barros Carvalho Nunca foi a nenhuma manifestação em Brasília ou qualquer cidade do país, não esteve em Brasília no 8 de janeiro de 2023, não financiou ou bancou as suas expensas qualquer manifestação ou acampamento, nem mesmo naquela ocorrida em outubro de 2023. O mesmo, nunca montou acampamento em nenhuma Unidade do Exército Brasileiro ou em qualquer lugar participando de qualquer manifestação. A sua presença no outubro de 2023 foi apenas para atender ao pedido de conhecidos para o transporte de alguns pneus para que as pessoas que lá estavam pudessem organizar o trânsito para evitar acidentes reduzindo o fluxo de veículos na ponte Fernando Henrique Cardoso, e em seguida retornou a sua casa. Por fim, deve ser registrado que a operação transcorreu de forma amistosa e respeitosa por parte da Polícia Federal, com a total colaboração do senhor Frederico Moraes. inclusive, se qualquer ilegalidade fosse encontrada seja referente às armas ou ao dinheiro em espécie, certamente teria ocorrido uma ordem de prisão. 

Veja ainda a nota oficial da PF acerca da Operação Lesa Pátria:

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (29/2), a 25ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que financiaram e fomentaram os fatos ocorridos em 8/01/2023, em Brasília/DF, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas Instituições.  

Ao todo, estão sendo cumpridos 34 mandados judiciais, sendo 24 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e sete de monitoramento eletrônico, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Ações ocorrem no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.  

Além disso, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que a quantia dos danos causados ao patrimônio público possa chegar à cifra de R$ 40 milhões.  

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.  

As investigações continuam em curso, e a Operação Lesa Pátria é permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos e pessoas capturadas.  

  

Medidas judiciais  
  
24 mandados de busca e apreensão (8 – TO), (6 – SP), (2 – MS), (3 – PR), (1 – RS), (1 – MG), (1 – ES), (2 – DF)  

3 mandados de prisão preventiva (1 – SP), (2 – DF)  

7 monitoramentos com tornozeleira eletrônica (1 – MS), (3 – PR), (1 – RS), (1 – SP), 1 – MG) 

 

Fonte: Carta Capital

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