
A tramitação da PEC da Blindagem encontra forte resistência no Senado e, segundo lideranças de diferentes partidos, dificilmente terá continuidade. O próprio presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizou isso ao anunciar que o texto seria remetido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob comando de Otto Alencar (PSD-BA), que já se posicionou publicamente contra a proposta.
Dentro do Senado, outros parlamentares também atuam para barrar a medida, considerada por críticos como uma espécie de salvo-conduto que facilitaria a impunidade de congressistas em casos de crime. Entre os opositores está Renan Calheiros (MDB-AL), que, como presidente do MDB, decidiu punir os dois deputados alagoanos que votaram a favor do texto, incluindo o líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
Em pronunciamento no plenário, Renan adotou tom duro ao classificar a PEC como “um divórcio litigioso do interesse nacional”. Ele alertou que, caso seja aprovada, a proposta poderia transformar o Parlamento em um abrigo para criminosos de diferentes perfis.
"Se esta PEC avançar, o que não acredito, o Parlamento será o refúgio de narcotraficantes, contrabandistas, terroristas, chefes do crime organizado, de líderes de facções e outros delinquentes. Grupos que, com algum poder financeiro, buscarão mandatos populares para se esquivar da Justiça. O Congresso será um covil de malfeitores. Qual será o próximo passo? Legalizar as milícias?”, declarou.
Com esse cenário de críticas generalizadas e resistência de senadores, aliados do governo já tratam a PEC como uma pauta sem chances de prosperar.
Fonte: UOL