
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (18) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto para as eleições de 2026. Segundo o levantamento, Lula pode vencer no primeiro turno caso a direita concorra com mais de um nome.
O levantamento foi feito entre os dias 12 e 14 de setembro, com 2.004 entrevistas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Cenários de primeiro turno
Lula aparece com índices entre 32% e 35% nas simulações de primeiro turno. Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, tem até 24%. Entre outros nomes da oposição, Michelle Bolsonaro registra 18% e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece com 17%. Eduardo Bolsonaro tem 14%.
Quando há fragmentação da direita, o petista sobe para 40% a 43%. Contra Tarcísio (20%) e Eduardo (16%), Lula chega a 40%. Com Eduardo e Ratinho Júnior (PSD), o presidente também soma 40%, contra 37% dos adversários somados. Já com Eduardo ao lado de Romeu Zema (Novo) ou Ronaldo Caiado (União Brasil), Lula atinge 42% e 43%, respectivamente.
Cenários de segundo turno
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é o nome mais competitivo contra Lula no segundo turno, com desvantagem de sete pontos. Tarcísio aparece oito pontos atrás, e Ratinho Júnior, 12 pontos. Bolsonaro ficaria a 13 pontos do petista.
Michelle Bolsonaro e Caiado teriam desvantagem de 15 pontos. Eduardo Bolsonaro perderia por 18 pontos e Eduardo Leite (PSDB) por 19.
Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números indicam estabilidade nas simulações. “Olhando para o histórico de simulações de 2º turno, é possível observar estabilidade na disputa entre Lula (43%) e Tarcísio (35%)”, afirmou.
Avaliação do governo
A avaliação do governo Lula segue estável. Segundo a pesquisa, 46% aprovam a gestão, 51% desaprovam e 3% não souberam responder. É o segundo mês consecutivo em que o presidente atinge seu melhor índice no ano, após queda registrada em maio.
A aprovação é maior no Nordeste (60%) e entre beneficiários do Bolsa Família (64%). No Sul, a desaprovação chega a 60%. Entre católicos, há empate técnico: 51% aprovam e 46% desaprovam. Entre evangélicos, 61% rejeitam o governo.
Rejeição ao bolsonarismo
A rejeição a Jair Bolsonaro e à sua família cresceu. O ex-presidente passou de 57% para 64%. Eduardo Bolsonaro foi de 57% para 68%, e Michelle Bolsonaro subiu de 51% para 61%.
Entre eleitores independentes, os índices são ainda mais altos: 80% rejeitam Bolsonaro, 75% rejeitam Eduardo e 67% rejeitam Michelle.
Sucessão e reeleição
Mesmo liderando a corrida presidencial, 59% dos entrevistados dizem ser contra uma nova candidatura de Lula. Em um cenário de sucessão dentro do governo, Geraldo Alckmin (9%), Simone Tebet (6%) e Fernando Haddad (5%) aparecem como os nomes mais citados.
No campo bolsonarista, 76% dos eleitores defendem que Jair Bolsonaro desista de uma nova tentativa e apoie outro nome. Tarcísio lidera entre os possíveis substitutos com 15%, seguido por Ratinho Júnior (9%) e Michelle Bolsonaro (5%).
Percepção sobre condenação e anistia
A pesquisa também perguntou sobre a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe. Para 49% dos entrevistados, a pena foi exagerada. Outros 35% consideram a punição adequada, e 12% a veem como branda.
Em relação à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, 41% são contrários. Já 36% defendem anistia ampla, incluindo Bolsonaro, e 10% apoiam o perdão apenas para os participantes dos atos.
Política externa e impacto econômico
A política externa de Lula tem aprovação de 64%, principalmente pela defesa da soberania nacional frente aos Estados Unidos. Entre eleitores bolsonaristas, a maioria desaprova essa postura.
Sobre a decisão de Donald Trump de impor tarifas ao Brasil, 73% desaprovam a medida, e 74% acreditam que ela terá impacto negativo na economia brasileira.