Política

ABIN PARALELA

Pacheco critica Bolsonaro por contaminar Abin com ação político-partidária

Moraes retirou o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha

Da Redação

Sexta - 12/07/2024 às 11:22



Foto: Pedro Gontijo /Senado Federal Pacheco se manifestou por meio de nota sobre uso da Abin pelo governo Bolsonaro
Pacheco se manifestou por meio de nota sobre uso da Abin pelo governo Bolsonaro

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, condenou o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirar o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha, da Polícia Federal. A operação investiga desde 2023 o possível uso ilegal de sistemas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos do governo Bolsonaro. Segundo a PF, a agência teria espionado ministros do STF, senadores, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso, que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país", diz a nota de Pacheco.

De acordo com a Polícia Federal, servidores da Abin teriam promovido desinformação contra os três senadores da cúpula da CPI da Pandemia: Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros. Os parlamentares repudiaram o uso ilegal do órgão, classificando o monitoramento como "típico de governos ditatoriais". Randolfe destacou que a gestão anterior montou “um aparato repressivo com a intenção de romper o Estado democrático de direito” e que a democracia esteve "sob ameaça".

A CPI da Pandemia, realizada em 2021, investigou omissões e irregularidades nas ações do governo Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, propondo o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, além de outras 65 pessoas. Foram monitorados, segundo a PF, o senador Alessandro Vieira, o presidente da Câmara Arthur Lira, ministros do STF, servidores e jornalistas.

Renan Calheiros repudiou a perseguição com uma “Abin paralela” de opositores do governo anterior. Alessandro Vieira também classificou a espionagem como típica de governos ditatoriais.

Os dados divulgados envolvem ainda o senador Flávio Bolsonaro, com a Abin supostamente usada contra auditores da Receita Federal que investigaram o senador. Flávio Bolsonaro criticou a divulgação das informações, alegando ser "vítima de criminosos" que acessaram seus dados ilegalmente na Receita.

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em uma nova fase da operação.

Fonte: Agência Senado

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