Política

TIRO NO PÉ

Mendonça derruba censura sobre compra de imóveis em dinheiro vivo pela família Bolso

Na decisão, ministro do STF afirmou que a censura não encontra amparo na Constituição. Medida vale até que reclamação do UOL seja julgada pelo Supremo

Da Redação

Sexta - 23/09/2022 às 23:06



Foto: Walter Nogueira/ANPH O ministro André Mendoça contrariou os Bolsonaro
O ministro André Mendoça contrariou os Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça decidiu liberar as reportagens do UOL sobre a compra de 51 imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mais cedo, o portal acionou o STF contra a decisão do desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ele tinha determinado a retirada do ar de reportagens que tratavam das negociações.

A medida vale até que a reclamação do site seja julgada pelo Supremo. Na decisão que está em sigilo, Mendonça apontou que a censura a qualquer pretexto não encontra amparo na Constituição.

O ministro afirmou ainda que a Justiça assegura outros caminhos para discutir direitos individuais, sem a necessidade de supressão da liberdade de expressão e de imprensa.

"No Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros político-ideológicos o amplo exercício da liberdade de expressão. Assim, o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, máxime se tal restrição partir do Poder Judiciário, protetor último dos direito e garantias fundamentais, não encontra guarida na Carta Republicana de 1988", escreveu André Mendonça.

Retirada de reportagens

O desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti acolheu um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na decisão que ordenou a retirada das reportagens do UOL, o magistrado disse entender que os textos, escritos pelos jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, se basearam em uma investigação anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em novembro de 2021, também após recurso de Flávio Bolsonaro, o STJ anulou todas as decisões de primeira instância nas investigações de supostas rachadinhas – confiscos de parte dos salários dos servidores – no gabinete do parlamentar. Alguns dos imóveis comprados pela família Bolsonaro e citados nas reportagens do UOL também eram citados nessa investigação que foi anulada.

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Fonte: G1 e TV Globo

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