Magalhães vê equívoco em bancada do PT votar a favor de projeto de Bolsonaro sobre ICMS

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Cícero Magalhães

O deputado estadual Cícero Magalhães (PT) falou em entrevista ao Piauí Hoje sobre a discussão do projeto de lei que tramita no Congresso Nacional que prevê um teto da alíquota do ICMS sobre combustíveis e energia. Ele considera que é um “grande equívoco” que parlamentares votem a favor do projeto governista porque não é uma política pública, mas uma interpretação distorcida sobre o problema da alta dos combustíveis. Dos dez deputados piauienses, oito votaram favoravelmente, incluindo Rejane Dias e Flávio Nogueira, que são do PT, quando o projeto passou pela Câmara. O deputado Merlong Solano (PT) e Átila Lira (PP) não votaram.

“Se os membros do Partido dos Trabalhadores na Câmara e no Senado votarem à favor, na minha opinião, é um grande equívoco. Porque, na verdade, o Bolsonaro não tem política em área nenhuma. Ele, tresloucado que é, botou na cabeça, e muitos, de forma desonesta, até, acreditaram que o problema é o ICMS. O ICMS existe desde quando? Com esse mesmo ICMS, no governo Lula a gasolina era R$ 2,50, no governo Dilma a gasolina era R$ 2,76, como deram um golpe de estado para tirá-la, dizendo que o combustível estava um absurdo”, declarou.

Para Magalhães, esse é um mecanismo apenas para o período eleitoral, mas que “vai estourar” depois da eleição. Ele acredita que a gasolina pode chegar a até R$ 15 o litro.

“Isso é apenas para adiar um grande problema. Pode até estancar o preço do combustível nesse momento, o Bolsonaro não vai ganhar a eleição, mas quem ganhar vai ter um grande problema a partir de janeiro. Nós vamos ver aí, a gasolina vai estourar para R$ 12 ou R$ 15 reais. Por que? Porque está só se guardando essa inflação para jogar toda no mês de janeiro, ou até antes, porque o Bolsonaro pode lançar mão disso, porque ele vai perder a eleição no dia 2, e outubro ele pegar e jogar tudo de novo”, declarou.

PROJETO SERÁ VOTADO NO SENADO

O projeto que estabelece o teto de 17% a 18% para a alíquota do ICMS nos combustíveis será votado nesta segunda-feira (13) no Senado. O governo do Piauí estima uma perca na arrecadação da ordem de R$ 1,5 bilhão, que vai para o caixa de estados e municípios. No caso do Piauí, o ICMS é a principal fonte de receita do estado.