
A imagem de força e resistência que Jair Bolsonaro cultivou durante o governo, especialmente durante a pandemia de Covid-19, deu lugar a um retrato público de fragilidade. Aos 70 anos, o ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e formação de quadrilha, agora recorre a seu estado de saúde como um argumento para evitar a prisão em regime fechado.
A imagem de fragilidade na saúde de Bolsonaro gera profunda preocupação na cúpula do PL, menos por questões humanitárias e mais pelo temor de perder seu principal cabo eleitoral para as campanhas de 2026. Sem sua principal estrela o PF pode perder tração na corrida pelo voto, principalmente para presidente da República.
A mais recente internação de Bolsonaro ocorreu no domingo, 14 de setembro de 2025, no Hospital DF Star. O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia para remover oito lesões na pele e recebeu os diagnósticos de anemia por deficiência de ferro e pneumonia residual. Após seis horas no hospital, ele recebeu alta e retornou ao condomínio Solar de Brasília, onde cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Este episódio é apenas mais um em um longo histórico. Desde 2019, Bolsonaro passou por diversas internações e foi submetido a pelo menos sete cirurgias. Seus defensores argumentam que esse quadro clínico debilitado justifica a manutenção do regime de prisão domiciliar, adiando indefinidamente uma transferência para um presídio.
Para o PL, a situação é estratégica. A força eleitoral do partido está intrinsecamente ligada à figura de Bolsonaro. Sem sua presença ativa na campanha do próximo ano – seja por doença ou por estar encarcerado –, o partido corre o risco real de diminuir sua bancada na Câmara dos Deputados. A cúpula partidária tem evitado ao máximo divulgar imagens do ex-presidente no hospital, numa tentativa de controlar a narrativa sobre sua fragilidade.
O futuro de Bolsonaro agora não depende só de uma batalha jurídica. Embora sua sentença já seja definitiva, ele só começará a cumprir a pena em regime fechado após o esgotamento de todos os recursos, um processo que ainda pode levar meses. Seus advogados trabalham para transformar a prisão domiciliar em uma solução permanente, usando seu estado de saúde como a principal justificativa. Bolsonaro também age politicamente para ser anistiado.
Enquanto isso, o PL assiste, apreensivo, ao desenrolar dos eventos, ciente de que o destino eleitoral do partido em 2026 pode estar diretamente atrelado à capacidade de Bolsonaro permanecer fora da cadeia. Mas a cúpula do partido, principalmente o presidente Waldemar da Costa Neto, já busca alternativas, uma delas seria apoiar a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Palácio do Planalto.
Waldemar da Costa Neto já disse que Tarcísio de Freitas é o primeiro da fila do espólio político de Bolsonaro
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