Política

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Disputas internas e alianças controversas ameaçam meta do PL de eleger mil prefeitos

Bolsonaro vem criticando candidaturas que não fortalecem "princípios bolsonaristas"

Da Redação

Quarta - 07/08/2024 às 09:28



Foto: REUTERS/Adriano Machado - REUTERS/Ueslei Marcelino Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro

As convenções do Partido Liberal (PL) para as eleições municipais deste ano revelaram profundas divisões internas, ameaçando a meta do partido de eleger pelo menos mil prefeitos em todo o Brasil. Segundo o jornal O Globo, o cenário está marcado por conflitos significativos, com Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em desacordo, e o partido formando alianças inesperadas com grupos de esquerda.

Bolsonaro tem trabalhado para barrar candidaturas de centro, uma estratégia que contrasta com a postura de Valdemar. Grupos alinhados com o bolsonarismo têm denunciado esses novos aliados e enfatizado a necessidade de manter a “guerra cultural” e os princípios defendidos por Bolsonaro. Em diversas localidades, o ex-presidente tem apoiado candidatos que compartilham seus valores de 2018, independentemente de sua filiação partidária.

Em São Paulo, as discordâncias são notáveis. Em Guarulhos, Bolsonaro apoia Jorge Wilson (Republicanos), enquanto Valdemar promove Lucas Sanches (PL). Em Ilhabela, Bolsonaro está com Diana Almeida Matarazzo (Podemos), ex-integrante do PL, contra Toninho Colucci (PL). Em São Bernardo do Campo, embora não haja um conflito direto entre Bolsonaro e Valdemar, a escolha do PL em apoiar Alex Manente (Cidadania) desagrada a base bolsonarista.

No Rio de Janeiro, o apoio de Bolsonaro a Alexandre Martins (Republicanos) em Búzios contrasta com o candidato do PL, Rafael Aguiar. Em São Luís, Maranhão, a aliança entre o PT e o PL em apoio a Duarte Junior (PSB) provocou indignação entre os bolsonaristas, com o senador Flávio Bolsonaro criticando o desalinhamento de alguns diretórios do PL com os princípios bolsonaristas.

No interior de Santa Catarina, a aliança do PL com o PT em Xavantina gerou desconforto, levando Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, a reforçar a resolução que proíbe coligações com PT-PCdoB-PV e Psol-Rede. Nas redes sociais, militantes bolsonaristas pressionam por um afastamento das coligações com a esquerda e nomes de centro. O ex-ministro Ricardo Salles, atualmente no Novo, criticou a presença de Alexandre Kalil (Republicanos) no palanque de Romeu Zema (MG), do Novo, destacando as inconsistências dentro do PL.

No Nordeste, a colaboração entre PT e PL em várias cidades da Paraíba contraria a resolução do partido. Em João Pessoa, Marcelo Queiroga, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a prefeito pelo PL, defendeu o cumprimento da resolução, mas evitou confrontar Wellington Roberto, presidente do PL na Paraíba. No Ceará, Carmelo Neto, presidente do PL estadual, dissolveu o diretório municipal de Ipueiras para impedir o apoio a Nenem do Cazuza (PSB), que tem o PT como vice.

Fonte: Brasil 247

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