
O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) se manifestou contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que aprovou o processo de cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). Glauber é acusado de quebra de decoro parlamentar por um incidente ocorrido em abril de 2024, quando Braga foi acusado de agredir fisicamente Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma manifestação na Câmara.
Segundo Merlong, o processo é uma "clara vingança pelas declarações e posicionamento de Glauber dentro da Câmara dos Deputados".
"Não houve quebra de decoro, mas sim uma provocação premeditada por um militante do MBL, que desferiu muitas ofensas e agressões verbais contra o deputado e sua mãe. Não podemos concordar que um mandato seja cassado por uma vontade da extrema direita", afirmou o deputado piauiense.
Merlong também afirma que existem casos mais graves de quebra de decoro parlamentar, como o da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que perseguiu uma pessoa com uma arma de fogo empunhada, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. "Até agora o caso dela não foi analisado no Conselho de Ética", disse Merlong.
Nessa terça-feira (22), Glauber Braga entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, pedindo a anulação do parecer do relator, Paulo Magalhães (PSD-BA), e a declaração de que ele foi parcial durante o julgamento.
No recurso, o deputado afirma que não está questionando o mérito da acusação, mas sim que a decisão tomada não respeitou as normas e a Constituição. Ele argumenta que não há razão suficiente para a cassação, e que as provas apresentadas não justificam a punição severa. Além disso, ele diz que não teve direito de defesa adequado e que está sendo alvo de perseguição política.