
A gestão do prefeito Silvio Mendes (União Brasil) enfrenta seu primeiro protesto em Teresina após denúncias de fraude no programa Minha Casa, Minha Vida. Nesta terça-feira (29/07), manifestantes ocuparam a frente do Palácio da Cidade, sede da Prefeitura, para exigir transparência na seleção de beneficiários do programa federal, que prevê a entrega de 1.008 unidades habitacionais na primeira etapa.
O vereador João Pereira (PT), recém-eleito presidente do partido na capital, anunciou que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar possíveis irregularidades. "O programa é federal, bancado pela Caixa Econômica Federal, e deve seguir critérios técnicos, não políticos", afirmou.
A suspeita é que pessoas ligadas ao Palácio da Cidade tenham sido privilegiadas na seleção, coordenada pelo secretário municipal de Administração, Marcos Elvas.
Os manifestantes alegam falta de clareza nos critérios e relatam indícios de beneficiários com influência política. "Cadastros duplicados e nomes suspeitos na lista são preocupantes", disse uma das participantes.
A Semplan (Secretaria Municipal de Planejamento) emitiu nota explicando que eventuais repetições de nomes ocorrem apenas entre suplentes, garantindo que inconsistências levarão à desclassificação.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura afirmou que o processo segue critérios técnicos e reforçou o "compromisso com a transparência". No entanto, a pressão aumenta: além do MPF, a Polícia Federal pode ser acionada, dada a natureza federal do programa.
O caso coloca em xeque a gestão de Silvio Mendes, que assumiu a prefeitura com apoio da base bolsonarista. Com 4 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida previstas para Teresina no governo Lula, a disputa pela moradia digna virou campo de tensão política.