
Com o cenário de quase 100% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s) ocupados, o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon Teresina) compreende que o contexto atual não é o ideal para a retomada das atividades, mas reforça que a liberação do setor da construção civil já deveria ter acontecido há cerca de um mês. Neste momento, para que se defina uma data de retomada, o Governo do Estado e Prefeitura de Teresina precisam ampliar a oferta de leitos.
Desde o início, o Sindicato está atento e monitorando os índices e impactos da pandemia no setor. O presidente do Sinduscon Teresina, Francisco Reinaldo, pontua que a categoria compreende o atual cenário, entretanto, reconhece que o retorno das atividades já deveria ter ocorrido anteriormente. "O que não entendemos foi o momento anterior, porque a construção já era para ter sido liberada há mais de um mês. Como não aconteceu antes, entendemos que agora também não é o momento. Antes, com certeza, não teria nenhum problema. Hoje estaríamos passando pela mesma situação e com as obras em andamento", diz o presidente.
Segundo Francisco Reinaldo, os impactos têm sido mais intensos à medida que o tempo passa e o recuo no processo de retorno às funções laborais tem feito as empresas adotarem medidas de contenção. "O que é triste, é que quando se percebeu que isso ia ocorrer, algumas empresas tiveram que tomar medidas bastante radicais, como a redução de 50% do quadro de funcionários. Esses números vão aparecer na próxima divulgação, em que vão perceber que a construção demitiu muito nos últimos dias. E isso realmente ocorreu porque as empresas não tinham mais como manter os funcionários, mesmo com a ajuda do Governo Federal", explica.
O setor têm se comprometido em preservar a saúde dos trabalhadores, a manutenção e geração de empregos. Nesse primeiro momento, para o retorno do segmento, é importante que as autoridades ampliem a oferta de leitos. "O fator determinante seria a capacidade que o Governo do Estado e a Prefeitura de Teresina teriam para atender os casos graves. Ninguém aqui vai querer o retorno às atividades com os leitos 100% ocupados. Por ora, enquanto não houver o recuo dos leitos ocupados, não vejo o Governo liberar qualquer atividade. Temos que torcer para que esses números baixem. Mas, também acredito que se essa situação da quantidade de leitos insuficientes permanecer por muito tempo, terão que ser liberadas as atividades porque não terá muito o que fazer", destaca Francisco Reinaldo.
Medidas de proteção aos trabalhadores garante retorno seguro
O protocolo apresentado às autoridades já foi discutido e o documento prever as diversas situações para uma volta segura. Francisco Reinaldo ainda coloca que o alerta sobre o cenário de indisponibilidade de leitos já havia sido pontuado e que o segmento sempre se colocou como parte da solução frente à crise da Covid-19.
"No momento em que o Governador e o Prefeito liberarem uma atividade como a construção civil, que na maioria dos estados nem chegou a paralisar, servirá como uma amostragem. Será uma abertura controlada, monitorada, que vai servir de balizamento para os outros setores. Não entendemos até agora o porquê disso não ter sido feito antes. De uma certa forma ficamos até confortáveis, porque se tivessem liberado a construção e esse aumento acontecesse iam dizer que era porque voltamos. Agora não dá para alegar nada disso. Estamos confiantes e esperamos que o Governo consiga realmente equipar, porque o Piauí e Teresina já tinham problemas de leitos antes de qualquer pandemia", frisa o presidente.
Com todo o pacote de proteção presente no protocolo, como a marcação de pisos na entrada das obras, restrição da entrada de pessoal não autorizado nos canteiros de obras e o reforço ao não compartilhamento de objetos pessoais, por exemplo, o Sindicato salienta que está pronto para o retorno. "Esse pacote de medidas para garantir a segurança dos trabalhadores já está pronto e foi bastante discutido. Com relação ao protocolo, ele sendo aplicado não haverá essa contaminação no ambiente das obras e escritórios. Isso nos dá a tranquilidade de que o segmento pode voltar a trabalhar sem risco de contaminação. Agora é aguardar mais um pouco", finaliza o Francisco Reinaldo.
Fonte: Iconenoticia