Política

GOLPE PLANEJADO

Bolsonaro queria prender Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco

Segundo informações da Polícia Federal, Marcelo Câmara atuava como o responsável por um núcleo de inteligência não oficial do presidente da República

Da Redação

Quinta - 08/02/2024 às 11:39



Foto: Reprodução Marcelo Câmara
Marcelo Câmara

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (08) Marcelo Câmara, assessor de Jair Bolsonaro, sob acusações de coordenar uma operação de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo final de prendê-lo em uma tentativa de golpe de Estado. 

Segundo informações da Polícia Federal, Marcelo Câmara atuava como o responsável por um núcleo de inteligência não oficial do presidente da República, coletando informações sensíveis e estratégicas para subsidiar as decisões de Bolsonaro. 

O pedido de prisão aponta para uma conversa entre Câmara e outra pessoa, identificada como Mauro Cid, datada de 15 de dezembro de 2022, na qual o assessor mencionava estar monitorando a localização de Alexandre de Moraes, referindo-se a ele pelo codinome de "professora". 

A investigação revelou uma série de mensagens trocadas entre Câmara e Cid, nas quais discutiam o deslocamento de "professora" para São Paulo e sua volta para Brasília, correspondendo ao itinerário do ministro Moraes naqueles dias. 

"MARCELO CÂMARA envia uma mensagem a MAURO CID: 'Trabalhando'. Às 16h12, MAURO CID pergunta: 'Algo?'. No dia seguinte, CÂMARA encaminha mensagem com o itinerário de uma pessoa: 'Viajou para São Paulo hoje (15/12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo". 

"Nos dias 21.12.22 e 24.12.22 MAURO CID questiona novamente MARCELO CÂMARA: ''Por onde anda a professora?'. CÂMARA responde confirmando a localização em São Paulo e informa: ''Volta no dia 31 a noite para posse'. Questionado por MAURO CID se 'Na capital ou no interior?', CÂMARA responde: 'Na residência em SP eu não sei onde fica'. 

Além disso, foram encontradas evidências de uma minuta de decreto que declarava um golpe de Estado, incluindo a prisão não apenas de Moraes, mas também do ministro Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Após uma alegada solicitação de alteração por parte de Bolsonaro, a minuta foi modificada, mantendo apenas a determinação de prisão de Alexandre de Moraes. 

Diante desses achados, a Polícia Federal considera que o grupo criminoso tinha a intenção real de subverter o regime democrático, procedendo à possível captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes. 

Fonte: UOL

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