
Rechaçando os argumentos de “cerceamento da defesa”, os desembargadores da 1ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí mantiveram nesta quarta-feira (17), ao julgar o mérito do pedido de reconstituição do crime, bem como as acusações qualificadoras de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, contra o ex-capitão da Polícia Militar Allisson Wattson da Silva Nascimento, acusado de executar a namorada, a estudante Camilla Abreu. O feminicídio aconeceu em outubro de 2017. Camila foi morta com um tiro de pistola calibre 9.40 na cabeça.
O advogado de Allisson, Pitágoras Veloso, que havia pedido a reconstituição do crime, alegando disparo acidental, mas perdeu. Por 3 votos a 0, os desembargadores rejeitaram o argumento da defesa.
No julgamento dde hoje, por unanimidade, os desembargadores mantiveram as qualificadoras de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual contra o ex-capitão da PM que vai a juri popular. O Tribunal do Júri será presidido pela juíza Maria Zilnar Coutinho, que vai definir a data para o julgamento. A defesa prometeu recorrer a todas as instâncias - Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.
“Não apenas nossa família, mas todas as famílias de vítimas de violência contra a mulher esperam que ele vá a Júri Popular e pague pelo crime que cometeu. Nunca vi tiro acidental pelas costas, a uma distância de 70 cm a 1,50 m, pelo que a perícia constatou. Tem hora que ele diz que é inteligente, tem curso superior, tem horas que diz que é ‘doido’. Esperamos justiça”, disse Jean Carlos Abreu, pai de Camilla, após o julgamento.
Fonte: TJ-PI