
O casal Francisco de Assis Pereira da Costa e Maria dos Aflitos da Silva, acusados de matar oito pessoas e tentar assassinar outras três por envenenamento em Parnaíba, será julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão de pronúncia, que envia o caso para o júri popular, foi assinada nesta terça-feira (21) pelo juiz Willmann Izac Ramos Santos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, do Tribunal de Justiça do Piauí.
O magistrado considerou haver provas da materialidade dos crimes e indícios suficientes de autoria por parte dos acusados. A Justiça também manteve a prisão preventiva do casal.
Além dos homicídios, Francisco e Maria dos Aflitos foram pronunciados pelos crimes de fraude processual e denunciação caluniosa. De acordo com os autos, os réus tentaram ludibriar a investigação imputando falsamente a autoria dos crimes a uma vizinha, Lucélia Maria da Conceição Silva. A falsa acusação resultou na prisão preventiva da vizinha, que permaneceu presa por cinco meses. O casal chegou a alegar que as mortes poderiam ter sido causadas por cajus ou peixes contaminados doados por terceiros.
A defesa de Lucélia Maria da Conceição Silva já anunciou que entrará com uma ação de danos morais contra o Estado em função da prisão indevida.
Os crimes de envenenamento ocorreram em momentos distintos, utilizando o terbufós, popularmente conhecido como “chumbinho”, como substância tóxica:
22 de agosto de 2024:
Os réus teriam adicionado o veneno ao suco ingerido pelos irmãos, Ulisses Gabriel Silva (8 anos) e João Miguel Silva (7 anos), causando a morte de ambos.
1º de janeiro de 2025:
No almoço do revéillon, o casal teria novamente usado o veneno no arroz servido para a família. Cinco pessoas morreram: Manoel Leandro da Silva, Igno Davi Silva, Maria Lauane Fontinele Lopes Silva, Francisca Maria Silva e Maria Gabriele Silva.
Três pessoas sobreviveram às tentativas de homicídio neste dia: Maria Jocilene Silva, Jhonatan Nalber Pereira da Silva e Lívia Maria Leandra Silva.
22 de janeiro de 2025:
A ré Maria dos Aflitos da Silva teria inserido veneno no café de Maria Jocilene da Silva (uma das sobreviventes do dia 1º), levando-a a óbito.
Fonte: Clubenews