
Os 65 anos da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, mais conhecida como Igreja da Vermelha, será celebrado em sessão solene pela Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), nesta quarta-feira (22). O proponente da homenagem, deputado Franzé Silva (PT), ressaltou o papel essencial da paróquia localizada na zona Sul da capital, não apenas sob o aspecto religioso, mas também cultural e social, enfatizando sua forte atuação comunitária e evangelizadora.
"Foi em suas dependências que tiveram início, importantes movimentos de espiritualidade e formação cristã, como o Encontro de Jovens com Cristo, Encontro de Casais com Cristo e iniciativas voltadas à evangelização de crianças. Esses encontros formaram gerações, fortaleceram famílias e ajudaram a consolidar a identidade católica da nossa capital", afirmou Franzé Silva.
Reconhecimento como Patrimônio
A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes tem imenso valor histórico, etnográfico e artístico, sendo oficialmente tombada como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em novembro de 2024.
A igreja, construída entre as décadas de 60 e 70, é também reconhecida como o berço da Arte Santeira em Madeira do Piauí, que igualmente obteve o reconhecimento do Iphan como patrimônio cultural brasileiro. O tombamento da edificação e seu entorno garante a proteção de seu valor histórico, cultural e arquitetônico, bem como do importante acervo de arte santeira que ela abriga.
A construção de um novo espaço litúrgico no bairro da Vermelha foi idealizada após o Concílio Vaticano II. A construção pretendia uma tentativa de aproximação entre a Igreja Católica e a população, em especial, as camadas trabalhadoras
A ideia era construir um templo rústico e sem muitos adornos, uma “oficina de almas”. Assim, a construção da sede da paróquia proposta à comunidade, e realizada em mutirão com os moradores do bairro, tinha como objetivo a constituição de um espaço amplo e simples. Em todos os aspectos buscou-se aproximação com a realidade dos fiéis que se juntaram à construção, privilegiando os materiais e soluções construtivas de uso da população.
Desse modo, a convite do pároco local, mestre Dezinho e mestre Expedito, ambos fazedores de ex-votos, esculpiram em madeira peças de devoção e decoração, a partir de referências do artista plástico Afrânio Castelo Branco, também autor das pinturas de cavalete presentes na igreja. A construção do templo é, portanto, um evento marcante para a produção santeira a partir dos anos 70, uma vez que os santeiros criaram peças
Fonte: Alepi e Governo Federal