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Ministro venezuelano acusa os EUA de promover um golpe de Estado contra o país

O impasse político e social na Venezuela se agravou após Maduro ser declarado reeleito e a oposição alegar fraude

Da Redação

Sexta - 02/08/2024 às 11:41



Foto: Yuri Cortez/AFP Manifestantes queimam banner durante protesto em Caracas um dia após a eleição presidencial na Venezuela
Manifestantes queimam banner durante protesto em Caracas um dia após a eleição presidencial na Venezuela

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, acusou os Estados Unidos de estarem por trás de um suposto golpe de Estado contra o país. A acusação veio após Washington reconhecer a vitória da oposição nas eleições realizadas no último fim de semana na Venezuela.

Gil criticou as declarações do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que, na quinta-feira (1), afirmou que Edmundo González, candidato da oposição a Nicolás Maduro, venceu as eleições, baseando-se em evidências apresentadas pela oposição, incluindo atas eleitorais. O chanceler venezuelano declarou que o governo dos EUA está promovendo uma agenda violenta contra a Venezuela e suas instituições.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que é responsável pela justiça eleitoral do país, ainda não divulgou as atas eleitorais, alegando que um ataque hacker, supostamente orquestrado pela oposição, comprometeu o sistema. Apesar disso, o CNE declarou Maduro como vencedor. A oposição, por sua vez, publicou um site com cerca de 80% das atas obtidas através de seus observadores e representantes.

Os EUA, juntamente com Brasil, México e Colômbia, pediram que o governo venezuelano disponibilize as atas e permita a observação internacional da contagem. O Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, majoritariamente composto por juízes indicados por Maduro, anunciou que realizará uma auditoria dos votos nesta sexta-feira (2) com a presença da oposição.

Ainda nesta sexta-feira, o partido de oposição Vente Venezuela informou que sua sede em Caracas foi invadida por homens armados encapuzados, que agrediram funcionários e roubaram computadores. Além disso, Maduro anunciou ter detido mais de 1.200 pessoas após os protestos que seguiram as eleições de 28 de julho e prometeu capturar mais mil.

O impasse político e social na Venezuela se agravou após o CNE declarar Maduro reeleito e a oposição alegar fraude. A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, e a comunidade internacional criticam a falta de transparência eleitoral e exigem a publicação dos resultados das urnas. Segundo a PUD, González teria recebido 67% dos votos, enquanto Maduro teria obtido 30%.

As manifestações em todo o país já resultaram em pelo menos 12 mortes, de acordo com ONGs. A Suprema Corte da Venezuela convocou os candidatos presidenciais, incluindo Maduro e González, para iniciar a auditoria da eleição nesta sexta-feira. No entanto, a Suprema Corte é composta majoritariamente por aliados de Maduro.

Em uma coletiva de imprensa, Maduro declarou que María Corina Machado e Edmundo González deveriam estar presos e prometeu que a justiça será feita. González afirmou que continuará defendendo a vontade do povo, enquanto María Corina Machado, em um artigo para o "The Wall Street Journal", relatou estar escondida e temer por sua vida.

Fonte: G1

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