A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (5), de acordo com um comunicado das Forças Armadas. Hasina, que estava no poder há 15 anos, deixou o país em meio a uma onda de protestos que já resultou na morte de 300 pessoas.
Após a renúncia, Hasina se refugiou na Índia, especificamente na cidade de Agartala, no nordeste do país, onde recebeu proteção do governo indiano, conforme relatado pela CNN News 18. As Forças Armadas de Bangladesh, por sua vez, formaram um governo interino sob comando militar.
Neste mesmo dia, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial de Hasina em Daca, a capital, conforme mostraram imagens transmitidas pela televisão local. A cobertura das câmeras mostrou a multidão adentrando o local e acenando para os fotógrafos.
População em Daca, Bangladesh, celebra renúncia de premiê do país — Foto: Mohammad Ponir Hossai/ Reuters
A situação no país escalou após a interrupção da internet nacional, que ocorreu na manhã de segunda-feira (5), após um fim de semana marcado por intensos e violentos protestos. Os protestos, que começaram em julho com demandas pacíficas por mudanças no sistema de cotas do governo, se intensificaram após confrontos com a polícia e grupos pró-governo.
Os manifestantes criticam a política de cotas que reserva um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra de independência contra o Paquistão em 1971. Apesar da abolição dessa política em 2018, ela foi reinstaurada em junho deste ano, gerando grande descontentamento. Além disso, a recente reeleição de Hasina em janeiro, alegadamente marcada por fraude, alimentou ainda mais os protestos, que foram exacerbados por dificuldades econômicas como alta inflação e desemprego crescente.
O chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, informou que o governo interino funcionará até que uma solução seja encontrada para a crise do país. A situação continua em desenvolvimento e a comunidade internacional observa atentamente a evolução dos acontecimentos em Bangladesh.
Fonte: G1