Foto: Bradley Hook/Pexels
Imagem ilustrativa/ Calor e tempo seco
A Terra estabeleceu um novo recorde de calor mensal pelo décimo mês consecutivo, conforme anunciado pelo programa europeu de observação da Terra, Copernicus. No mês de março, as temperaturas do ar e dos oceanos também atingiram um nível histórico máximo. A média de março deste ano foi de 14,14ºC, superando o recorde anterior de 2016 por um décimo de grau.
Além disso, foi 1,68ºC mais quente do que no final do século 19, período usado como referência para as temperaturas antes do rápido aumento da queima de combustíveis fósseis. Desde junho do ano passado, o planeta tem batido recordes de calor todos os meses, com ondas de calor marítimas em vastas áreas oceânicas contribuindo para isso.
Cientistas afirmam que o calor recorde registrado no período não foi surpreendente devido ao forte El Niño, uma condição climática que aquece a zona central do Pacífico e altera os padrões climáticos globais. Jennifer Francis, cientista do Centro de Investigação Climática Woodwell, disse: “A combinação do fenômeno com as ondas de calor marítimas não naturais fez com que esses recordes fossem de cortar a respiração”.
Com a desaceleração do El Niño, as margens pelas quais as temperaturas médias globais são ultrapassadas todos os meses devem diminuir, acrescentou Jennifer. A maior parte dos recordes de calor foi atribuída pelos cientistas do clima às mudanças climáticas causadas pelo homem, devido às emissões de dióxido de carbono e metano produzidas pela queima de carvão, petróleo e gás natural.
Francis observou: “A trajetória não vai mudar enquanto as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera não pararem de aumentar”.
Sob o Acordo de Paris de 2015, o mundo estabeleceu o objetivo de manter o aquecimento em um nível igual ou inferior a 1,5ºC desde os tempos pré-industriais. Os dados de temperatura do Copernicus são mensais e usam um sistema de medição ligeiramente diferente do limiar de Paris, cuja média é calculada ao longo de duas ou três décadas.
Samantha Burgess, diretora adjunta do Copernicus, afirmou que o recorde de temperatura de março não foi tão excepcional quanto outros meses do ano passado, que estabeleceram recordes com margens mais amplas. Burgess disse: “Tivemos meses recordes que foram ainda mais incomuns”, lembrando fevereiro e setembro do ano passado. No entanto, ela acrescentou que a “trajetória não está na direção certa”.
O mundo já registrou 12 meses com temperaturas médias mensais 1,58ºC acima do índice de Paris, de acordo com os dados do Copernicus. Em março, a temperatura média global da superfície do mar foi de 21,07ºC, o índice mensal mais alto já registrado e ligeiramente superior ao de fevereiro.
Fonte: Agência Brasil
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