
Donald Trump decidiu acabar com a isenção que permitia a entrada de produtos de até US$ 800 nos Estados Unidos sem cobrança de impostos. A mudança afeta diretamente empresas chinesas como Shein e Temu, que se beneficiavam dessa brecha para vender roupas e acessórios com preços baixos no mercado americano. Segundo o jornal Axios, o valor da taxa de importação poderá chegar a 90% sobre o total do pedido.
A nova ordem executiva já havia sido assinada na semana passada, prevendo uma alíquota inicial de até 30% por item, com aumento para 50% a partir de 1º de junho. Agora, com a confirmação de uma cobrança ainda mais alta, o impacto sobre os consumidores será maior. O governo argumenta que a medida é uma forma de proteger o varejo americano da concorrência estrangeira.
Representantes de marcas dos Estados Unidos comemoraram a decisão. A Forever 21, por exemplo, apontou a Shein como responsável pelo fechamento de diversas lojas no país. “A capacidade de varejistas não americanos de vender seus produtos a preços drasticamente mais baixos para consumidores dos EUA impactou significativamente a capacidade da empresa de manter sua base tradicional de clientes”, disse Stephen Coulombe, da reestruturação da marca.
Fachada de loja da Forever 21 em shopping nos EUA
Críticos da medida afirmam que os consumidores americanos é que vão pagar a conta. Segundo especialistas ouvidos pelo Axios, o fim da isenção vai elevar os preços de produtos populares e aumentar o tempo de envio.
A decisão também está inserida em um cenário mais amplo de disputa comercial com a China. As tarifas de 104% sobre produtos chineses começam a valer nesta quarta-feira (9), após Pequim manter sua resposta aos aumentos anteriores.
Desde o início de abril, os Estados Unidos vêm adotando uma série de medidas contra países com os quais têm déficits comerciais. A ofensiva de Trump vem sendo chamada informalmente de “tarifaço global” por atingir 180 países de uma só vez.
Fonte: Diário do Centro do Mundo