
TEL AVIV – Um sentimento raro de esperança irradiou do Oriente Médio para o mundo nesta segunda-feira (13), com a conclusão de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hamas que resultou na libertação dos últimos 20 reféns israelenses que sobreviveram a 738 dias de cativeiro na Faixa de Gaza.
O acordo, mediado com forte envolvimento dos Estados Unidos, encerra um capítulo de angústia que começou com os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, mas deixa um saldo amargo: pelo menos 28 reféns morreram em cativeiro antes que a negociação fosse concretizada.
A operação de libertação começou às 8 horas (horário local, 2 horas em Brasília). Diferentemente de ocasiões anteriores, o Hamas entregou os reféns à Cruz Vermelha Internacional sem cerimônias públicas que os humilhassem. Eles foram, então, conduzidos até as Forças de Defesa de Israel (FDI).
O alívio tomou conta da Praça dos Reféns, em Tel Aviv, local que se tornou símbolo da campanha pelas vidas dos sequestrados. Familiares e amigos acompanharam a libertação ao vivo pela televisão, em cenas carregadas de emoção. O grupo final de 13 reféns foi libertado pouco depois das 11 horas (horário local), marcando o fim oficial do cativeiro para os sobreviventes.
A contrapartida de Israel
Em contrapartida, o governo de Israel cumpriu sua parte no acordo e libertou 1.950 prisioneiros palestinos. Desse total, 250 estavam condenados à prisão perpétua por ligações com o terrorismo e por ações que levaram à morte de israelenses. Os outros 1.700 haviam sido detidos durante a guerra em Gaza, iniciada em 2023.
Multidões receberam os libertados em Khan Younis, na Faixa de Gaza, e em Ramallah, na Cisjordânia. "Foi uma grande surpresa. Nós não conseguíamos acreditar até o último segundo”, relatou Samer, um dos palestinos soltos.
O porta-voz das FDI declarou que este é "um momento decisivo, que pertence ao povo de Israel e a todos aqueles que acreditam na humanidade". Ele acrescentou: "Das profundezas da nossa dor, mostramos ao mundo que Israel não esquece seu povo. Nenhum homem ou mulher foi deixado para trás".
Muitos israelenses nas ruas carregavam cartazes agradecendo ao presidente americano, Donald Trump, pelo seu envolvimento direto. Em Jerusalém, ativistas como Max, que passou dois anos fazendo campanha pelo fim da guerra, acreditam que a pressão popular deu a Trump a confiança necessária para convencer o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a aceitar o acordo.
Entretanto, as dificuldades para uma paz duradoura permanecem. O Hamas também devolveu quatro caixões com os corpos de reféns mortos, cujas identidades serão confirmadas por perícia. O grupo sinalizou que nem todos os 24 corpos restantes foram localizados, indicando os limites do atual entendimento.
Reencontros e recuperação
Os 20 reféns libertados foram levados para três hospitais em Israel, onde receberão atendimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psiquiatras, psicólogos e nutricionistas para sua recuperação física e mental.
As cenas de reencontro, transmitidas mundialmente, foram de uma emoção indescritível. Einav, ao reencontrar o filho Matan, resumiu o sentimento de milhares: "Minha vida, você é minha vida, minha vida, minha vida, meu amor. Você é meu herói, minha alma".
Enquanto Israel celebra o retorno de seus cidadãos, a pergunta que paira no ar é se este acordo representa o fim definitivo de uma guerra que moldou a região por anos. Para as famílias reunidas, no entanto, o foco é um só: a reconstrução de vidas interrompidas por 738 dias de terror e incerteza.
Fonte: TV Globo
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