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Israel confessa que "muito provavelmente" matou ativista americana com tiro fatal

Ativista apoiava agricultores palestinos contra colonos israelenses

Da Redação

Terça - 10/09/2024 às 10:42



Foto: Reprodução Cidadã dos EUA morta em protesto na Cisjordânia
Cidadã dos EUA morta em protesto na Cisjordânia

As Forças de Defesa de Israel confirmaram que o tiro fatal que matou a ativista americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, na Cisjordânia, "muito provavelmente" partiu de militares israelenses, revelaram nesta terça-feira (10). O incidente ocorreu durante protestos na sexta-feira (6), quando Eygi, que era voluntária da Fazaa—uma iniciativa destinada a apoiar e proteger agricultores palestinos contra as violações cometidas por colonos israelenses e pelo Exército—foi atingida. 

Na hora do disparo, ela estava com moradores da cidade de Beita, que realizam manifestações semanais após as orações de sexta-feira para exigir a remoção do assentamento israelense ilegal de Avitar, localizado no pico do Monte Sbeih, considerado uma violação de seus direitos territoriais.

Fouad Nafaa, diretor do Hospital Rafidia, onde Eygi foi atendida, informou à agência de notícias Anadolu: "Tentamos reanimá-la, mas ela não sobreviveu aos ferimentos". O Exército israelense anunciou que está investigando o incidente. A embaixada dos EUA ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que o governo americano está investigando "com urgência" as circunstâncias da morte. "Expressamos nossas mais profundas condolências à família e entes queridos de Eygi. Estamos buscando urgentemente mais informações sobre o que ocorreu e forneceremos mais detalhes assim que os tivermos", declarou Miller.

Além disso, na quinta-feira (5), uma série de bombardeios aéreos em Tubas, na Cisjordânia, resultou na morte de pelo menos seis palestinos e feriu três outros, segundo a agência Reuters. O Ministério da Saúde da Palestina e o Crescente Vermelho confirmaram as vítimas. O Exército israelense afirmou que os ataques foram direcionados contra "terroristas armados" na área de Tubas, no Vale do Jordão do Norte, que supostamente representavam uma ameaça para os soldados.

Desde 28 de agosto, Israel iniciou uma ofensiva maciça no norte da Cisjordânia, enfrentando combatentes palestinos e causando significativa destruição. O Ministério da Saúde da Palestina relatou que mais de 30 palestinos, incluindo crianças e combatentes, foram mortos durante essa operação.

A Cisjordânia, que se estende por uma área equivalente ao tamanho do Distrito Federal brasileiro, é um dos dois territórios palestinos, ao lado da Faixa de Gaza. Embora esteja militarmente controlada por Israel, aproximadamente 86% da população local, ou 3 milhões de pessoas, são palestinos, conforme dados de 2021 da ONU. Originalmente, a Cisjordânia estava prevista no plano de partilha da ONU de 1947 para ser parte do Estado Árabe, mas foi ocupada por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias. Desde então, Israel construiu assentamentos na região que a ONU e a maioria dos países consideram ilegais.

Fonte: G1

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