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CRÍTICAS

Governo Trump acusa Moraes de liderar censura a Bolsonaro e intensifica pressão ao Brasil

Subsecretário dos EUA chama ministro de “coração da perseguição” e embaixada americana reproduz crítica, acirrando crise diplomática entre os países

Da Redação

Sexta - 25/07/2025 às 09:27



Foto: Nelson Jr./SCO/STF O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

O subsecretário de Diplomacia Pública do governo dos Estados Unidos, Darren Beattie, voltou a acusar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liderar uma campanha de perseguição política e censura contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A declaração foi feita nessa quinta-feira (24), em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), e republicada em português pelo perfil oficial da embaixada americana no Brasil, o que conferiu à manifestação caráter oficial e elevou o tom diplomático entre os dois países.

Post no X, antigo Twitter 

Na publicação, Beattie afirma que “o juiz Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro” e que esse movimento teria extrapolado as fronteiras brasileiras, atingindo, segundo ele, a liberdade de expressão de cidadãos nos Estados Unidos. O subsecretário ainda indicou que o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Marco Rubio estão “atentos e agindo” diante da situação.

A nova ofensiva do governo norte-americano ocorre em meio a medidas judiciais recentes impostas a Bolsonaro por decisão de Moraes. O ex-presidente foi alvo de restrições como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e toque de recolher noturno. 

Na terça-feira (22), Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados, onde exibiu a tornozeleira e criticou publicamente o STF. Moraes reagiu e solicitou explicações sobre o possível descumprimento das medidas cautelares, mas afastou a possibilidade de prisão imediata por considerar a violação “episódica e isolada”.

Críticas recorrentes 

As críticas de Beattie não são pontuais. Em ocasiões anteriores, ele já havia se referido às ações do ministro como parte de uma “caça às bruxas política” contra Bolsonaro. Além disso, o Departamento de Estado dos EUA, sob comando de Rubio, suspendeu recentemente os vistos diplomáticos de ministros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, intensificando a retaliação.

O episódio marca um agravamento nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. A crise se dá também em um contexto econômico delicado. No início de julho, o governo Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre diversos produtos de exportação brasileiros, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto. A medida foi explicitamente associada às ações do STF contra Bolsonaro e apresentada por Washington como uma resposta à suposta repressão política no Brasil.

Do lado brasileiro 

A publicação da embaixada americana, ao dar visibilidade institucional à crítica, foi vista como interferência nos assuntos internos brasileiros. O Itamaraty reagiu com uma nota oficial classificando o gesto como “intromissão inaceitável”, destacando que o Judiciário brasileiro atua de forma independente e soberana.

Do lado brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem evitado comentar diretamente a retaliação. A tensão pode favorecer Lula, que se posiciona como defensor da soberania nacional diante da pressão externa, enquanto o ex-presidente Bolsonaro tenta se projetar como vítima de perseguição, agora com apoio internacional, ocasionando uma crise diplomático, que talvez não acabe tão cedo.

Fonte: Brasil 247

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