Um dia após a explosão de milhares de pagers do Hezbollah, diversos "walkie-talkies" do grupo extremista também foram detonados nessa quarta-feira (18), em Beirute e no sul do Líbano. De acordo com o Ministério da Saúde libanês, as explosões resultaram na morte de 20 pessoas e deixaram 450 feridos, totalizando 32 mortes relacionadas a esses dispositivos desde terça-feira.
Os "walkie-talkies", criados durante a Segunda Guerra Mundial, são usados para comunicação de voz por meio de ondas de rádio. A agência de notícias Associated Press reportou que vários sistemas de energia solar em residências de Beirute também explodiram, e alguns "walkie-talkies" foram detonados durante funerais das vítimas do ataque aos pagers.
Relatos indicam dezenas de pequenas explosões na capital libanesa, e imagens da cidade mostram focos de incêndio e os aparelhos danificados. Este segundo incidente em 24 horas intensificou as tensões na região e atraiu a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU). O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o uso de "objetos civis" como armas de guerra, enquanto o governo libanês convocou uma reunião no Conselho de Segurança, marcada para sexta-feira (20).
Líbano, Irã e Hezbollah responsabilizaram Israel, que ainda não havia se pronunciado até a última atualização da reportagem. No entanto, o Ministério da Defesa de Israel declarou que o foco da guerra está mudando para o norte do país, onde o Hezbollah atua, e anunciou o deslocamento de tropas para essa região. O Irã, aliado do Hezbollah, enviou uma carta à ONU acusando Israel de violar a soberania do Líbano e prometeu uma resposta às explosões.
Fonte: g1