
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta terça-feira (24) que pode ter ocorrido uma liberação localizada de materiais radioativos e químicos em instalações nucleares iranianas atingidas por ataques dos Estados Unidos e de Israel. Segundo o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, trata-se de uma “contaminação localizada”, sem impacto radiológico detectado fora das unidades atingidas.
A AIEA monitora as usinas de Arak, Isfahan, Fordow e Natanz com base em dados da Autoridade Reguladora Nuclear do Irã. A agência afirmou que não houve aumento nos níveis de radiação nos países vizinhos.
Segundo Grossi, o risco de uma catástrofe radiológica foi evitado porque o reator de energia de Bushehr não foi atingido. Além disso, nas usinas afetadas, o urânio ainda estava em estágio inicial de preparação, com baixa radioatividade. “Crucialmente, em termos de segurança nuclear, os reatores de pesquisa e energia do Irã não foram alvos”, informou.
A agência também identificou danos causados por ataques no sábado (21)em Fordow, estradas de acesso e uma entrada da instalação subterrânea foram atingidas, e também em Natanz, dois buracos foram abertos sobre salas usadas para enriquecimento e armazenamento de urânio, o que pode ter gerado contaminação e risco químico.
Apesar de não possuir armas nucleares oficialmente, o Irã tem acelerado o enriquecimento de urânio. Segundo relatório confidencial da AIEA consultado pela AFP em março, o país já produz urânio com pureza de 60%, próximo dos 90% necessários para armamento nuclear. Teerã nega interesse militar no programa e alega que os ataques ocorreram em meio a negociações com os EUA para garantir o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Fonte: UOL