O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) publicaram nesta terça-feira, 20, em suas redes sociais, nota de repúdio contra todo e qualquer tipo de tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e de expressão, seja contra jornalistas, comunicadores sociais ou veículos de comunicação.
A nota se deu em virtude do pronunciamento de hoje feito pelo presidente da Câmara de Vereadores de Teresina, Jeová Alencar (MDB), acerca do que vem noticiando a página O Piauiense, de propriedade do jornalista Petrus Evelin, que pode ser encontrada em redes sociais e outras plataformas online. O vereador afirmou durante a sessão na Câmara que "não pautará o seu mandato pela página O Piauiense e pelas notícias postadas por ela".
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O jornalista tem usado suas redes sociais para expor folhas de pagamento dos principais órgãos públicos do Piauí, entre eles Assembleia Legislativa do Piauí, Câmara Municipal de Vereadores e identificou parentes de ex-políticos, políticos em mandato, jornalistas entre muitos outros funcionários que estariam recebendo altos salários sem exercer nenhuma função no órgão, conhecidos popularmente como "fantasmas".
As denúncias já chegaram ao Ministério Público que investiga os casos que ficaram conhecidos como o "Escândalo dos CPFs Premiados".
Confira a nota na íntegra:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm, por este meio, manifestar seu repúdio contra todo e qualquer tipo de tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e de expressão, seja contra jornalistas, comunicadores sociais ou veículos de comunicação, que exercem o papel de bem informar à sociedade.
Diante disso, o que o jornalista e editor da página O Piauiense, Petrus Evelin, está fazendo é cumprir o papel social do jornalismo. As denúncias sobre a farra de contracheques graciosos na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e gastos na Câmara Municipal de Teresina (CMT) estão baseadas em dados dos Portais da Transparência. No caso da Alepi, para dificultar o acesso às informações, não coloca o nome dos funcionários, mas apenas o CPF e o respectivo cargo e salário.
O jornalista Petrus Evelin não inventou nada. Todas as informações por ele divulgadas foram obtidas no Portal da Transparência. Ameaçar o jornalista, tentar desqualificá-lo ou silenciá-lo não vai apagar esses malfeitos naquela Casa Legislativa. A truculência e o autoritarismo dos inimigos da imprensa livre merecem o repúdio da sociedade e de todas as entidades de defesa dos direitos humanos.
Cabe ao Sindjor-PI e Fenaj cumprirem o dever e papel em defender a categoria, quer seja filiados ou não, a defesa incondicional do livre exercício da profissão de jornalista e o direito constitucional da sociedade à informação. Essa é a obrigação primeira do Sindicato e Fenaj, que não pode silenciar quando esses valores democráticos estão sob ameaça.
Se alguém se acha prejudicado pelas denúncias do editor de O Piauiense, que busque reparações na Justiça. Tentar intimidar, censurar ou fazer ameaças ao jornalista seguramente não é a melhor defesa, mas uma atitude repressiva e covarde, e de total desrespeito ao Estado Democrático de Direito, uma violência contra a imprensa e a cidadania!
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