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CASO VITÓRIA

Acusado pela morte de Vitória diz que foi coagido a confessar e contesta provas da Polícia

Em entrevista, Maicol dos Santos nega relação com a jovem e afirma que confissão foi forçada

Da Redação com informações do Brasil 247

Segunda - 02/06/2025 às 09:02



Foto: Reprodução/Redes sociais Defesa de Maicol Sales dos Santos, suspeito do assassinato de Vitória Regina de Souza, nega confissão.
Defesa de Maicol Sales dos Santos, suspeito do assassinato de Vitória Regina de Souza, nega confissão.

A principal testemunha e acusado pela morte da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, Maicol dos Santos, preso desde março, afirmou em entrevista exibida neste fim de semana pela TV Record que foi coagido a confessar o crime. Segundo ele, autoridades o induziram a assumir a autoria do homicídio com promessas e pressão psicológica

Minha confissão foi baseada nos fatos que não só o delegado, mas como vários policiais e investigadores me induziram naquele momento”, declarou.

A declaração reacende possíveis dúvidas sobre a condução da investigação, marcada por comoção e pressão pública desde o desaparecimento da adolescente, em 26 de fevereiro, na cidade de Cajamar, na Grande São Paulo. O corpo da jovem foi encontrado em 5 de março, nu, com sinais de violência e em avançado estado de decomposição, em uma área de mata. O caso gerou intensa cobertura midiática e levou à rápida identificação e prisão de Maicol.

O acusado afirma que sequer conhecia a vítima. “Não tem como eu ter obsessão por alguém que eu não conheço”, disse. Ele também negou que Vitória tenha entrado em seu veículo, como sustentam os autos da investigação. “Ela nunca esteve no meu carro”, afirmou.

Em outro trecho da entrevista, Maicol alega que foi pressionado com promessas envolvendo sua família: “O secretário de segurança falou que a aposentadoria da minha mãe estaria garantida, que daria um vale aluguel pra ela”.

A defesa de Maicol entrou com um pedido de anulação da denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), alegando que a confissão foi obtida de forma irregular. O recurso ainda aguarda decisão da Justiça. Caso seja condenado, Maicol pode cumprir mais de 45 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Outro ponto de questionamento diz respeito à perícia realizada no carro do acusado. A defesa argumenta que vestígios de produtos de limpeza encontrados no veículo são explicáveis, já que Maicol estaria em processo de mudança. “Eu já estava de mudança há mais de um mês, limpei a casa como qualquer pessoa com casa alugada que está prestes a se mudar faria”, disse. Além disso, a perícia identificou material genético de uma terceira pessoa no automóvel, o que ainda está sob apuração.

Em março, a Polícia Civil divulgou um vídeo com a confissão de Maicol, na qual ele afirmava ter tido um relacionamento com Vitória e que não sabia que ela era menor de idade. Segundo a gravação, ele teria dito que a jovem o ameaçava, prometendo contar tudo à esposa dele.

Agora, o acusado sustenta que toda a narrativa apresentada naquele momento foi construída sob coação e reforça que sequer sabia quem era Vitória até ser preso.

Procurados pela reportagem da Tv Record, a Polícia Civil e o Ministério Público ainda não se manifestaram sobre as acusações de coação nem sobre o pedido de anulação. O caso segue em investigação.

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Fonte: Brasil 247

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