
O Piauí registrou o maior número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2023, com 68 uniões homoafetivas celebradas em cartórios piauienses. Este é o maior número de casamentos homoafetivos no Piauí desde 2013, segundo dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2023, divulgados na segunda-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, o número representa um crescimento de 70% no número de casamentos em relação a 2022, quando foram celebradas 40 uniões. A maioria desses casais era formada por mulheres: foram 39 casamentos entre cônjuges do sexo feminino, frente a 29 entre homens.
Ao mesmo tempo, o estado também registrou o maior número de divórcios formais desde 2009, quando os dados passaram a ser organizados sistematicamente pelo órgão federal.
Apesar do avanço, a representatividade dessas uniões ainda é tímida em relação ao total, já que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo representaram apenas 0,69% do total no estado. Já as uniões entre cônjuges de sexos diferentes seguem amplamente predominantes, com 99,31% das cerimônias.
Ao todo, 9.802 casamentos foram formalizados no estado em 2023 — um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior, com 1.032 casamentos a mais. O dado marca a retomada dos níveis pré-pandemia, quando o número de casamentos sofreu queda significativa.
Separações
Ao mesmo tempo em que mais casais disseram "sim", muitos outros oficializaram o "não". O Piauí registrou, em 2023, 3.125 divórcios concedidos em primeira instância ou formalizados por escritura extrajudicial, o maior número desde 2009, início da série histórica.
O dado representa um aumento de 16,8% em relação a 2022, quando foram contabilizadas 2.674 separações. O recorde anterior havia sido em 2013, com 2.959 divórcios.
No Brasil, o total de divórcios em 2023 chegou a 440,8 mil, alta de 4,9%. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as maiores variações, com 13,1% e 16,8%, respectivamente. A média piauiense, portanto, ficou acima da nacional.
Outro dado que chama atenção é que a maior parte dos divórcios envolveu casais com filhos menores de idade: foram 46,3% das separações em todo o país.
Queda nos nascimentos: menor número em quase duas décadas
Enquanto aumentaram os casamentos e divórcios, o número de nascimentos caiu. Em 2023, o Piauí registrou 41.461 novos nascidos, o menor número desde 2004, quando foram registrados 43.683. A diferença representa uma queda de 5% em duas décadas. Em comparação com 2022, houve uma diminuição de 240 nascimentos (-0,6%).
O levantamento aponta que a pandemia da Covid-19 acelerou um fenômeno já em curso, a redução das taxas de natalidade. Entre 2015 e 2019, o estado teve uma média anual de 46.757 nascimentos. Em 2023, essa média caiu 11,3%.
A tendência foi observada em 18 unidades da federação. Apenas nove estados tiveram aumento na quantidade de nascimentos, com destaque para Tocantins, Goiás e Roraima. As maiores quedas foram registradas em Rondônia, Amapá e Rio de Janeiro.
No total do país, nasceram 2.523.267 pessoas em 2023, uma redução de 19.031 em relação ao ano anterior. Foi o quinto ano consecutivo de queda.
Perfil dos nascimentos no Piauí
O levantamento mostra que a maioria dos nascimentos no estado é de crianças do sexo masculino: 21.132 (50,96%) contra 20.328 do sexo feminino (49,04%). A diferença é de 804 bebês a mais nascidos do sexo masculino. A grande maioria dos partos (99%) ocorreu em hospitais. Outros 192 aconteceram em domicílio, e 150 em locais não especificados.
O mês com mais registros de nascimentos foi maio, com 3.750 crianças. Dezembro foi o que menos teve, com 3.142.
Alta no número de Óbitos
Em 2023, o número de óbitos no Piauí foi de 20.389, uma queda de 5,9% em relação ao ano anterior. No entanto, o estado ainda não voltou aos níveis pré-pandemia. Em 2019, foram registrados 18.663 falecimentos. O maior número da série ocorreu em 2021, no auge da pandemia, com 23.133 mortes, 24% a mais do que antes da crise sanitária.
A maior queda proporcional em 2023 ocorreu entre crianças de 1 a 4 anos (-23,81%) e de 5 a 9 anos (-28,81%). A maioria dos óbitos (68,3%) foi de pessoas idosas.
Fonte: Com informações do IBGE