Famílias de crianças atípicas, beneficiárias do plano de saúde Humana, realizam uma manifestação na manhã desta quinta-feira (26) em frente à nova sede do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), localizada na Avenida Padre Humberto Pietrogrande, no bairro São Raimundo, zona Sudeste de Teresina.
O objetivo do protesto é pressionar o Judiciário a dar tramitação prioritária à Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) contra a operadora de saúde. A ação busca garantir que os tratamentos terapêuticos das crianças sigam sendo realizados conforme prescrição médica, sem interrupções ou mudanças arbitrárias por parte da operadora.
Segundo os organizadores da manifestação, a Humana Saúde tem promovido a transferência dos beneficiários da rede credenciada para centros próprios da empresa, prática que, de acordo com os relatos, vem resultando em atrasos, descontinuidade dos atendimentos e queda na qualidade dos serviços prestados às crianças que necessitam de acompanhamento contínuo e especializado.
Elane Cristina conta que a filha autista de seis anos de idade teve o tratamento interrompido por dois meses e quebra no vínculo terapêutico, o que trouxe uma série de consequências para a criança.
"Minha filha desencadeou uma ansiedade e compulsão alimentar. Todos os meses passamos pela mesma pressão psicológica de autorizar as guias. Passa os prazos de autorização. Outras mães estão na fila de espera no Centro de Integrado de Neurodesenvolvimento deles. São salas compartilhadas, desrespeitando laudos médicos. Falta profissionais e há profissionais desqualificados. Estamos na luta para ACP promovida pelo PROCON seja cumprida e o direitos dos nossos filhos sejam respeitado", disse Elane Cristina.
O deputado estadual Franzé Silva (PT), que vem acompanhando o tema e apoiando as famílias na luta por assistência adequada, estará presente na mobilização. Ele já denunciou a situação em outras ocasiões, apontando a necessidade de maior fiscalização sobre os planos de saúde que desrespeitam decisões médicas e os direitos dos usuários.
Pais e mães das crianças atípicas esperam que a mobilização contribua para acelerar a análise da ação no TJ-PI e que seja garantida a permanência dos tratamentos nos moldes definidos por especialistas de saúde.
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