Foto: Arquivo pessoal

Seu Chagas Barbosa e dona Francisca ainda choram olhando as fotos e contando a historia da sua filha Orcilia da Silva Barbosa de França, 26 anos, que faleceu no dia 07 passado, vítima de meningite supostamente contraída no Doenças Infecciosas Natan Portela - HDIC, em Teresina, onde ela era secretária.

A suspeita da família se baseia nos relatos da filha e suas colegas de trabalho que apontam as condições de trabalho a que estão submetidos os funcionários do Natan Portela.

O prontuário da paciente informa que ela estava em tratamento de miningoencefalite porém o médico que assinou o atestado de óbito colocando como causa morte: arritimia cardíaca, disautonomia e encefalite.

Segundo relatos de servidores que preferem manter o sigilo do nome eles não recebem os equipamentos de proteção necessários para sua segurança. “Os funcionários da limpeza, por exemplo, têm que usar a mesma mascara de proteção por 30 dias enquanto o recomendado é de sete dias” diz um servidor. “Aqui tudo é regrado, não é fornecido tudo que se precisa” diz outra.

O trabalho de Orcilia França era na secretaria da Unidade de Terapia Intensiva – UTI, acompanhava o trabalho de médicos e enfermeiros do setor e tinha contato com documentos e equipamentos da UTI. “Não tenho nenhuma dúvida de que minha filha foi contaminada lá dentro” diz o pai, Chagas Barbosa.

Durante o velório da filha, Chagas desabafa questionando a falta de condições de trabalho e denunciando a situação que pode causar novas vítimas. “Vi lá camas imundas, sujeira, chão cheio de buracos, uma imundície. Alguem que é internado ali pode voltar com outra doença mais grave ainda” diz.

Segundo relato de servidores há casos em que visitantes de pacientes graves têm acesso a locais de isolamento sem qualquer tipo de proteção.

A presidente do Sindicato dos Servidores da Saude, Edna Martins, disse que a entidade está investigando o fato e disse que a luta da entidade é garantir melhores condições de trabalho aos servidores da saúde.