
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (24) que as redes sociais estão sendo instrumentalizadas por grupos extremistas para enfraquecer a democracia. A declaração foi feita durante uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o magistrado discutiu a relação entre as big techs e os grupos de extrema-direita.
Moraes destacou que as empresas tecnológicas e os grupos ideologicamente fascistas estão utilizando as plataformas digitais para promover a doutrinação em massa e disseminar desinformação. "Há uma instrumentalização das redes sociais por grupos econômicos e ideologicamente fascistas, de extrema direita, para corroer a democracia por dentro. Esse é o grande desafio hoje de quem defende a democracia", afirmou o ministro.
Além disso, o magistrado ressaltou que os extremistas aprenderam a explorar o populismo digital para manipular a opinião pública. "As big techs não são enviadas de Deus, não são neutras, são grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, as soberanias nacionais, as legislações, para conseguir lucro", completou Moraes.
Big techs
É um termo usado para se referir às grandes empresas de tecnologia que dominam o mercado global. Essas empresas têm um impacto significativo na economia, na sociedade e nas políticas de muitos países.
Essas empresas são chamadas de "big techs" devido ao seu tamanho, influência e poder no setor de tecnologia e em outras áreas, como mídia, publicidade, e-commerce e serviços de dados.
Elas têm um papel central na inovação tecnológica, mas também são frequentemente criticadas por questões relacionadas à privacidade, manipulação de dados e, como Moraes destacou, o impacto na democracia e na disseminação de desinformação.