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CONCENTRAÇÃO TECNOLÓGiCA

​​​Lula defende IA inclusiva no BRICS e critica concentração tecnológica de bilionários

Em discurso no Rio, presidente diz que tecnologia não pode ser privilégio de ricos ou instrumento de manipulação

Da Redação

Segunda - 07/07/2025 às 08:38



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Lula defende no BRICS que a inteligência artificial seja inclusiva e não privilégio de países ricos ou ferramenta de bilionários
Lula defende no BRICS que a inteligência artificial seja inclusiva e não privilégio de países ricos ou ferramenta de bilionários

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (6), durante a XVII Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) não pode se tornar um privilégio restrito a países ricos ou uma ferramenta de manipulação nas mãos de bilionários. Ao defender uma governança global mais inclusiva para as novas tecnologias, Lula destacou que apenas com um modelo justo será possível reduzir desigualdades e garantir oportunidades para todos os países, especialmente os do Sul Global.

“As novas tecnologias devem atuar dentro de um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo. O desenvolvimento da inteligência artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários”, disse o presidente em discurso na reunião ampliada do BRICS, realizada na capital fluminense.

A fala de Lula ocorreu durante a segunda sessão do encontro, que reuniu líderes das nações que integram o bloco e teve como um dos principais temas a regulação das tecnologias emergentes. O presidente destacou que, apesar das críticas à concentração de poder em grandes empresas privadas e milionários, a participação ativa do setor privado e da sociedade civil é essencial para o avanço tecnológico. Para ele, a exclusão de países em desenvolvimento do processo de inovação tecnológica tende a aprofundar assimetrias econômicas e sociais.

O posicionamento de Lula ecoou trechos da declaração final do BRICS, antecipada neste domingo, que defende uma governança da IA capaz de “mitigar riscos potenciais” e “atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global”. O texto do grupo afirma que a IA representa uma oportunidade histórica para promover um futuro mais próspero, mas que essa chance só será efetiva se houver compromisso com inclusão e equidade.

A inteligência artificial representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero. Para alcançar esse objetivo, ressaltamos que a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global

Além de tratar da IA, Lula aproveitou o discurso para criticar o cenário econômico mundial, apontando que a paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o crescimento do protecionismo agravam as desigualdades entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. “A reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente. Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para os países em desenvolvimento”, alertou.

A XVII Cúpula do BRICS segue nesta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, reunindo representantes dos países-membros para debater estratégias de cooperação em áreas como economia, inovação e governança tecnológica. O grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, busca articular interesses comuns e fortalecer a voz das nações emergentes no cenário internacional.

Com suas declarações, Lula reforçou a defesa de que a inteligência artificial deve ser um instrumento de inclusão social e desenvolvimento compartilhado, não uma fonte de dominação ou de concentração de poder econômico e político.

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