
O juiz Diego Ricardo Melo de Almeida era experiente e já havia conduzido julgamento de casos que tiveram bastante repercussão no Piaui. Foi ele quem conduziu o julgamento do jornalista João Paulo Santos Mourão e da mãe dele, a aposentada Maria Nerci dos Santos Mourão, acusados de matar a facadas advogada Izadora Santos Mourão.
O crime ocorreu há exatos três anos, em 13 de feveiro de 2021, em Pedro II, cidade distante 206 quilômetros de Teresina. O caso teve bastante repercussão porque o crime, conforme julgamento, a advogada Izadora Mourão foi assassinada em casa e os acusados pelo crime foram o irmão da vítima, Paulo Mourão, e mãe Nerci Mourão.
Em 16 de março de 2022, mãe e filho foram a julgamento no Tribunal do Juri, em Pedro II. Maria Nerci foi condenada a 19 anos de prisão por ter matado a filha, a advogada Izadora Mourão, de 41 anos. O irmão da vítima, João Paulo Mourão, foi absolvido pelo Tribunal Popular do Júri.
Maria Nerci foi condenada por homicídio triplamente qualificado e cumprirá prisão domiciliar por ser responsável por um filho que tem doença mental (esquizofrenia). Ela havia sido acusada de fraude processual e como coautora do assassinato.
"Ela irá cumprir a pena em prisão domiciliar, por conta de sua idade e condição de saúde, e porque cuida de seu filho mais velho, que tem deficiência física e psicológica", disse à época o representante do Ministério Público que acompanhou o caso.
Diego Ricardo Melo de Almeida: morte prematura
A mãe confessou
Durante o depoimento no Tribunal do Júri, a aposentada Maria Nerci confessou que matou a facadas a própria filha, a advogada Izadora Mourão.
Em depoimento, Maria Nerci contou que a filha chegou em sua casa por volta das 7 horas para tomar café da manhã. A advogada estava com dor de cabeça, tomou um remédio e foi se deitar na cama do irmão João Paulo Mourão. Segundo ela, antes de dormir Izadora pediu dinheiro para pagar a prestação de um móvel e ao se recursar foi ameaçada pela filha.
"A Izadora começou a me chamar de velha miserável e cardíaca. Ela falou que iria tomar as providências para cancelar minha aposentadoria. Eu pedi pra ela não fazer isso e perguntei do que eu iria viver e a Izadora me respondeu que não sabia. Em seguida tomou o remédio e foi se deitar", contou Nerci.
Maria Nerci disse que o filho João Paulo passou a noite fazendo um trabalho da faculdade e ela mandou o filho dormir no quarto dela, porque Izadora estava dormindo na sua cama. A acusada contou que nesse momento foi até onde estava a filha e a jovem estava em sono profundo.
"Eu me lembrei que ela falou que ia me matar. Então pensei: 'é agora ou nunca'. Fui com a faca e dei o primeiro golpe muito forte e saiu bastante sangue. A Izadora tentou tomar a faca, mas continuei golpeando. Matei ela sozinha, sem ajuda", disse a aposentada.
A acusada se declarou arrependida pelo crime, mas alegou ter agido em legítima defesa, e que não confessou o crime durante a prisão de João Paulo porque não teve coragem. "Eu me arrependo do que eu fiz, mas se eu não tivesse feito, ela teria feito comigo", declarou.