
O cacique Henrique Manoel do Nascimento, diretor dos Povos Originários da Superintendência de Igualdade Racial e Povos Originários (SUIRPO) da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (SASC), repudiou as fake news que circulam em grupos de WhatsApp, ligando suas fotos e nome à Operação Aldeia Verde, deflagrada nessa quarta-feira (19) pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).
A operação mira um grupo de 10 pessoas, entre lideranças indígenas, empresários, funcionários públicos, líderes sindicais e corretores de imóveis, acusados de promover um esquema de grilagem de terras indígenas no centro-sul do Piauí.
O cacique Henrique procurou a Delegacia de Crimes Virtuais nesta quinta-feira (20), após imagens circularem em grupos de WhatsApp, afirmando que ele seria um dos alvos da operação.
"É a segunda vez que grupos envolvem meu nome em face news, pois o trabalho realizado pela Diretoria dos Povos Originários tem causado avanços, e com isso pessoas que não estão na administração pública se utilizam de manobras para sujar minha imagem", declarou.
A operação cumpriu 2 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão nas cidades piauienses de Teresina, Currais e Bom Jesus, e nas cidades paranaenses de Mamboré e Maringá.
Segundo as investigações, entre meados de 2021 e meados de 2023, o grupo promoveu a invasão de aproximadamente 6.600 hectares de terras da comunidade indígena Akroá-Gamella, situadas na localidade Morro d´Água e Barra do Correntinho, nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro, Uruçuí, Bom Jesus e Currais. Eles também usaram de violência e ameaças para expulsar antigos ocupantes.
Para regularizar a posse das terras invadidas e tirar proveito econômico da conduta criminosa, os denunciados praticaram atos de grilagem de terras, forjando processos de regularização fundiária junto ao Instituto de Terras do Piauí (Interpi), mediante a apresentação de declarações falsas e a corrupção dos agentes públicos. O grupo também forneceu armas de fogo e munições para invasores que atuavam sob sua direção, para proteger a ocupação das terras indígenas do interesse do esquema criminoso.