Atualmente quem está à frente do caso é o novo delegado do 4º DP de Teresina, Danúbio Dias, que disse já ter recebido a ordem judicial para a exumação do corpo, mas não deu data para a ação.
“O perito sabia que existiam fragmentos de projetil no corpo do Ruan e quando fizemos a reconstituição do crime, ele não se convenceu da distância entre o local apontado onde estava o atirador e o Ruan. Segundo ele, quanto maior a distância, menor a chance de haver estilhaços. A perícia mostrou que o suspeito do caso estaria muito distante da vítima. Então a exumação pode ajudar a definir o calibre da arma para que a verdade seja revelada. Por isso a pedimos”, afirmou Anchieta.
Jaqueline Nobre, prima do Ruan, relatou que a família não foi avisada sobre a exumação e que não concorda com o pedido. "Somos contra o procedimento, pois não tem mais razão para isso, só daria mais dor para família. A reconstituição já foi feita de forma errada, uma verdadeira palhaçada e nunca nos deram retorno. Estamos em contato com o advogado da família até para saber como proceder neste caso", declarou.
José de Anchieta reconheceu que a exumação é um ato traumático para a família, mas defende a ação para o esclarecimento de quem atirou no jovem. “Eu sei que é complicado exumar um corpo, pois é traumático para os entes. Sabemos disso, mas o perito deu aval por acreditar que isso vai contribuir para o caso. O corpo será exumado, será feito um raio X para localizar os fragmentos, que serão tirados e comparados com as cápsulas que foram encontradas no local do crime”, contou.
O principal suspeito de ter disparado o tiro que matou Ruan teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça dias após o crime. Ele nunca se apresentou para a polícia e segue foragido. “Ele não colaborou com a investigação, não compareceu à reconstituição e entrou com um pedido de habeas corpus, que a Justiça negou. A situação dele é difícil porque mesmo que se livre da morte do Ruan, ele tentou matar dois seguranças. Não matou por sorte deles, porque o suspeito atirou no meio da multidão contra eles”, contou.
Segundo o delegado, os fragmentos ainda estão no corpo de Ruan porque o exame cadavérico foi realizado no hospital particular onde o jovem morreu. Anchieta afirmou que o procedimento realizado na unidade de saúde particular foi superficial. "O certo era o corpo ter ido para o Instituto Médico Legal, onde seriam realizados todos os exames necessários", finalizou.
Entenda o caso
O estudante Ruan Pedreira foi atingido com uma bala na cabeça quando participava com os amigos das comemorações pela vitória do Brasil contra o Chile no jogo das oitavas de final da Copa do Mundo. O fato aconteceu no dia 28 de junho às 22h próximo a um bar na Avenida Maranhão. Ele e mais três amigos participavam de uma festa conhecida por ser ponto de encontro de carros com paredões, quando presenciaram o início de uma briga entre alguns participantes. Os jovens ainda tentaram sair do local para se proteger dos disparos, mas Ruan acabou sendo atingido.
Fonte: com informações do g1/pi