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Bolsa de estudos impediu que estudante, hoje doutor, desistisse do curso

Da Redação

Quinta - 18/04/2024 às 15:14



Foto: Regis Falcão / MDS Vitaliano Amaral, formado em matemática pela UFPI e doutor pela Universidade Estadual de Campinas
Vitaliano Amaral, formado em matemática pela UFPI e doutor pela Universidade Estadual de Campinas

O valor de R$ 400,00, referente a bolsa universitária, foi um fator decisivo para que Vitaliano Amaral não desistisse do curso de graduação em matemática. Sem dinheiro para se manter na capital piauiense, o jovem estava decidico a abandonar as aulas e voltar para Cocal dos Alves, sua cidade natal, a 280 km ao norte de Teresina.

A situação mudou quando Vitaliano passou a ter o direito a uma bolsa, benefício concedido por ter sido medalhista da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), durante o terceiro ano do ensino médio, em Cocal dos Alves.

“Minha família era pobre e não tinha como me sustentar em Teresina. Minhas economias já estavam acabando”, lembra Vitaliano, hoje professor-doutor da UFPI.

As bolsas de estudos para graduação são oferecidas para alunos que tenham sido medalhistas na Obmep, competição criada em 2005, para estimular a educação de matemática entre os alunos da rede pública. Na última edição, 59.478 estudantes foram medalhistas na disputa nacional, sendo 1092 piauienses. Já na etapa por estado, o Piauí teve 507 medalhistas.

Os auxílios para universitários só foram criados dois anos depois da Obmep, que concedia bolsas apenas para estudantes de educação básica que conseguiam medalha (ouro, prata ou bronze). Na época, os medalhistas recebiam R$ 1.200 por ano, dividido em 12 parcelas, no ano seguinte à olimpíada.

Vitaliano conseguiu o benefício no ensino médio mas, quando iniciou o curso de matemática da UFPI, ainda não havia sido criado o benefício exclusivamente para universitários. Em 2008, o então Governo Lula concedeu bolsas permanentes de R$ 400 por mês, para os universitários premiados.

“Essa bolsa foi tão importante para mim que conseguia juntar um dinheiro e enviar a minha família, que era muito pobre”, lembra o matemático. “Durante a graduação, a chave virou. Percebi que podia ir mais longe e mudar de vida”, completa o matemático.

Assim que se formou, fez mestrado e foi aprovado no concurso para ser professor substituto da UFPI. “Depois, consegui aprovação para professor efetivo. Foi fantástico para mim. Pela primeira vez na vida eu tinha um salário permanente. Isso me permitiu comprar um carro, algo que no passado, quando estudante em Cocal, nem sonhava”, conta o docente.

Ele também foi aprovado para cursar doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Por conta do título, seu salário aumentou 30% quando retornou à UFPI, em 2019. Hoje, com 40 anos, casado e pai de um filho, Vitaliano tem uma realidade socioeconômica bem diferente da que vivia quando era estudante em Cocal. Recebe, como professor da UFPI, mais de sete vezes a renda média per capita do piauiense, que foi de R$ 1.342 em 2023, segundo o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vitaliano sabe a diferença que faz a bolsa para os estudantes mais carentes. “Mesmo que o aluno goste de estudar, a necessidade financeira impede que ele consiga se concentrar e se manter. Por isso a bolsa é fundamental”, destaca o professor doutor Vitaliano Amaral.

Fonte: Governo do Piauí

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