Economia

CARNE MAIS BARATA

Taxação dos EUA não afeta mercado brasileiro de carnes, diz especialista no assunto

Presidente do Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais (SNLR) afirma que impacto será zero para o setor interno e destaca abertura de novos mercados

Por Luiz Brandão

Domingo - 14/09/2025 às 22:50



Foto: Redes sociais Lourenço Miguel Campo, leiloeiro rural
Lourenço Miguel Campo, leiloeiro rural

O anúncio do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de carne bovina não terá impacto significativo no mercado nacional, segundo análise de Lourenço Miguel Campos, presidente do Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais (SNLR). Em declarações a veículos do agronegócio, Campos classificou a medida como "uma bobagem" e garantiu que o abastecimento interno permanecerá normal.

De acordo com o especialista, com mais de 35 anos de experiência no setor, o impacto da taxação para a pecuária de corte brasileira será "zero". A avaliação se baseia no fato de que as vendas para os Estados Unidos representam apenas 1% da produção total de carne do Brasil. "É a venda para o exterior que está sendo taxada, mas o nosso mercado interno vai continuar normalmente, ninguém vai ser desabastecido e não vai faltar carne para os brasileiros", afirmou Campos, que também é diretor da Central Leilões.

Campos reconheceu que a decisão do governo de Donald Trump gerou uma onda de especulações, provocando uma queda inicial no preço do boi gordo. No entanto, ele vê essa movimentação como uma reação natural e momentânea do mercado. "A especulação já está ocorrendo. O preço do boi baixou, o que é normal também. Se eu fosse o dono do frigorífico faria a mesma coisa", disse o paulista, projetando que a situação se normalizará em breve.

Novos mercados abertos

Enquanto um mercado tradicional como os EUA ergue barreiras, a diplomacia comercial do governo Lula tem aberto portas importantes em outros países, diversificando os destinos da proteína brasileira e mitigando eventuais perdas. Recentemente, o Brasil conquistou ou expandiu acesso a mercados como:

· China: Reabertura do mercado para carne bovina brasileira, o maior importador mundial, após embargo temporário.

· México: Habilitação de novas plantas frigoríficas para exportação.

· Canadá: Ampliação do número de estabelecimentos autorizados a exportar.

· Chile: Reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa com vacinação, facilitando o comércio.

· Argélia e Egito: Mercados no norte da África que têm aumentado suas importações.

Essa diversificação estratégica fortalece a resiliência do setor, reduzindo a dependência de um único comprador e garantindo a estabilidade das exportações.

Em resumo, a avaliação do setor é de tranquilidade. A taxação norte-americana, embora relevante no noticiário, é considerada um ruído de curto prazo em um setor robusto, bem estruturado e com perspectivas positivas tanto no abastecimento interno quanto na conquista de novos compradores internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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