Economia

Pesquisa revela reação do cérebro durante o orgasmo

Piauí Hoje

Quinta - 25/06/2009 às 04:06



Ao longo de três anos, Gert Holstege, chefe do departamento de anatomia da Universidade de Groningen, na Holanda, acompanhou a vida sexual de 12 homens e 20 mulheres entre 19 e 49 anos.Nada de voyeurismo. Holstege usou a tecnologia da ressonância magnética por imagens para mapear o cérebro desses voluntários e descobrir quais regiões são ativadas no momento do orgasmo. Veja algumas implicações desta pesquisa: O que acontece durante o orgasmo?Todo mundo tem no cérebro um centro de gratificação. Quando se faz algo que o cérebro considera certo, ganha-se uma recompensa por meio de um estímulo nesse centro. Por exemplo: se você está com fome e come uma boa comida, sente um bem-estar. Essa é a recompensa por alimentar seu corpo necessitado.As pessoas sempre fazem as coisas que são necessárias para sobreviver, como comer, beber e também fazer sexo. Sexo é bom para a sobrevivência. Não a individual, mas a da espécie. É algo que o cérebro considera um bom comportamento. Portanto, você ganha uma recompensa - nesse caso, no formato de um orgasmo.Como o senhor conseguiu observar isso?O equipamento, um PET scanner, e a técnica [ressonância magnética por imagens] usados são bem recentes. Os voluntários tiveram que ter um orgasmo enquanto estavam dentro do scanner, um lugar nada sensual. E tinham que manter a cabeça imóvel enquanto o parceiro os estimulava. Não foi fácil.As imagens são iguais para os dois sexos?Descobrimos que as mesmas regiões são ativadas em ambos os sexos quando se goza. A única diferença é que normalmente o orgasmo masculino é mais curto do que o feminino. As mulheres se mantêm no ápice cerca de 10 a 30 segundos, enquanto o homem fica no máximo 15 segundos.A explicação é biológica: os homens têm que produzir o sêmen e as mulheres esperam para "aceitar" o sêmen. No momento em que os homens produzem, a tarefa deles acabou. A da mulher está apenas começando - ela ainda precisa fecundar.É mais difícil para elas atingir o orgasmo?Não. Neste estudo, 50% dos homens e 50% das mulheres conseguiram chegar ao orgasmo. Mas é claro que temos que levar em consideração se as circunstâncias da pesquisa afetaram isso. As pessoas se sentem ansiosas e hesitantes em situações como a que foram submetidas, e isso atrapalha a atividade.Mas as estatísticas mostram que mulheres chegam menos ao orgasmo.Acho que muitas mulheres estão sempre se sentindo inseguras, com medo ou preocupadas com outras coisas. Não estão relaxadas. Quando se está assim, não há possibilidade de ter um orgasmo. Acredito que o problema é mais psicológico do que físico.Sentir-se seguro é mais importante para as mulheres na hora de atingir o orgasmo?Não sei, acho que não. Afinal, homens que estão muito ansiosos e em situações de risco também têm dificuldades até para conseguir uma ereção. Esse conceito de segurança pode parecer ultrapassado, mas tem a ver com o fato de a natureza humana não querer procriar em um ambiente perigoso, já que nessas situações a chance de a prole sobreviver é pequena. Isso não vai mudar tão cedo.Talvez em 2 ou 3 mil anos esse conceito não afete mais o nosso comportamento sexual. Até lá, continua sendo um dos fatores mais importantes.Há outros meios de conseguir as mesmas sensações do orgasmo?De certo modo. Claro que uma coisa é se estimular com sexo e outra é se picar com uma agulha e injetar uma droga na veia. Mas, no cérebro, o resultado da estimulação provocada por essas duas coisas é o mesmo. Não por acaso, viciados em heroína dizem que não precisam mais fazer sexo.Isso é bem compreensível, porque eles têm o mesmo tipo de recompensa de satisfação e prazer com a agulha e não precisam se dar ao trabalho de ir atrás de uma mulher, seduzir e fazer todas essas coisas complicadas.Do mesmo jeito que o dependente de heroína fica viciado em ter a recompensa da droga, é comum as pessoas ficarem viciadas na recompensa do sexo?Todo mundo é viciado em sexo: você, eu, todos. Afinal, queremos fazer sexo sempre que possível. Claro que a situação deve ser segura e tudo o mais. Mas, no momento em que a pessoa não sentir mais vontade de fazer sexo, ela já deve estar muito velha ou doente.

Fonte: Agências

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