Economia

ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA

Celso Amorim diz que EUA criaram “quase estado de guerra” contra o Brasil

Ele destacou que, em seus mais de 60 anos na diplomacia, nunca presenciou uma situação semelhante

Da Redação

Terça - 12/08/2025 às 11:41



Foto: TV 247 Celso Amorim
Celso Amorim

O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou em entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura) nessa segunda-feira (11), que o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que a China quadruplicasse a compra da soja norte-americana configura “quase um estado de guerra contra o Brasil”.

Para Amorim, essa medida vai além da tradicional competição comercial. Ele destacou que, em seus mais de 60 anos na diplomacia, nunca presenciou uma situação semelhante. “Não é uma competição ganha no mercado, mas pela força. É um mundo diferente”, afirmou.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e a soja está entre os produtos mais exportados para o país asiático. Uma mudança significativa nas compras chinesas pode impactar profundamente a produção agropecuária brasileira e refletir diretamente na economia nacional.

O pedido de Trump foi feito pouco antes dos EUA anunciarem a prorrogação por 90 dias da trégua tarifária com Pequim, que venceria nessa segunda-feira (11). Em uma rede social, Trump disse que a China estaria preocupada com a escassez do grão e espera um aumento rápido nas compras americanas.

Em 2024, a China importou cerca de 105 milhões de toneladas de soja, sendo a maior parte proveniente do Brasil e menos de 25% dos EUA. Para atender ao pedido dos EUA, Pequim teria que redirecionar quase toda a demanda para os norte-americanos, algo considerado altamente improvável.

Ainda na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping. O diálogo abordou a disputa tarifária entre China e EUA, a guerra na Ucrânia, e o papel dos países emergentes no fomento à paz. Também discutiram o fortalecimento da parceria econômica e tecnológica entre Brasil e China, com foco em áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites.

Lula reforçou o compromisso de ampliar a cooperação bilateral e identificar novas oportunidades de negócios entre as duas nações, buscando manter o equilíbrio em meio à tensão comercial internacional.

Fonte: Brasil 247

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